(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta sexta-feira (15) que espera que o acordo com a Albânia para a construção de centros para migrantes no país balcânico "não fracasse".
"Estou otimista, mas não posso falar sobre o que ocorre em uma nação soberana, respeito as decisões de uma nação soberana", declarou à imprensa, ao fim da reunião de cúpula da União Europeia.
"Veremos o que acontecerá nas próximas semanas e, se tudo correr bem, faremos o nosso melhor para acelerar ainda mais. Por ora, não precisamos de um plano B. Se for preciso, procuraremos", acrescentou a premiê.
A fala fez referência à decisão da Corte Constitucional da Albânia que, na quarta-feira (13), suspendeu os procedimentos parlamentares para a aprovação do acordo.
O entendimento firmado entre Meloni e o premiê da Albânia, Edi Rama, causou polêmica na política italiana e na União Europeia.
Os dois líderes anunciaram o plano em novembro, prevendo a instalação de dois centros para migrantes na Albânia para abrigar até três mil pessoas. O movimento anual poderia chegar a 36 mil pessoas.
O tribunal balcânico foi acionado por dois recursos apresentados pelo Partido Democrático Albanês e outros 28 deputados. Neles, foi argumentado que o acordo viola a Constituição e as convenções internacionais das quais a Albânia é signatária.
Na quinta-feira (15), o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, também disse não estar preocupado com a decisão: "Acredito que seja uma questão de tipo jurídico que se resolverá rapidamente. Mas não cabe a nós comentar as decisões da Corte de um país candidato a fazer parte da União Europeia".
Uma reportagem do jornal L'Espresso informou que, se prosperar, o acordo custará até 300 milhões de euros (R$ 1,6 bi). Os dois primeiros centros de acolhimento seriam criados em Shengjin e Gjader, locais que precisariam de instalação de rede de esgoto, podas de árvores e implantação de estradas.
O protocolo prevê 230 milhões de euros (R$ 1,2 bi) para a infraestrutura, mas ao menos outros 75 milhões (R$ 404 mi) seriam gastos para "exportar e conectar o sistema judiciário italiano com a Albânia", além dos custos de deslocar servidores dos ministérios do Interior, Justiça e Saúde da Itália.
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