(ANSA) - Subiu para 18.608 o número de mortos nos ataques de Israel à Faixa de Gaza, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (13) pelo Ministério da Saúde do enclave palestino, controlado pelo Hamas.
A maior parte das vítimas do conflito iniciado em 7 de outubro, quando o Hamas cometeu atentados terroristas sem precedentes em Israel, deixando 1,2 mil mortos, é formada por crianças e mulheres, de acordo com as autoridades locais.
Já o número total de soldados israelenses mortos desde o início das operações terrestres em Gaza subiu para 112, após oito militares perderam a vida ontem no norte da região.
Durante a ofensiva, o Exército de Israel identificou e destruiu "uma célula terrorista na área de Shujaia que se preparava para lançar foguetes contra o território israelense".
Desde o fim da trégua humanitária, as tropas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu têm intensificado os ataques em Gaza.
Hoje, a Rússia pediu à ONU para convocar uma "conferência internacional" para resolver a questão palestina, com a participação dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, da Liga Árabe, da Organização da Conferência Islâmica e o Conselho de Cooperação do Golfo.
"Espero que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, seja capaz de tomar tal iniciativa", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, citado pela agência Tass.
O pedido é feito após a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas aprovar a resolução que pede um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza, com 153 votos a favor, incluindo o do Brasil, 10 contrário e 23 abstenções, incluindo Itália.
"Sobre a resolução das Nações Unidas relacionada à crise no Oriente Médio, o voto de abstenção da Itália foi extremamente considerado, não é um voto contra: com a abstenção dizemos que partilhamos algumas partes, mas não outras. Continuamos a trabalhar por uma trégua, com foco na população civil de Gaza", explicou a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
Cisjordânia
Paralelamente, a União Europeia se demonstrou favorável à aplicação de sanções contra os "autores dos ataques na Cisjordânia", pois os colonos israelenses "devem ser responsabilizados pelas suas ações".
"O aumento da violência por parte dos colonos extremistas está a infligir um enorme sofrimento aos palestinos. E está a pôr em risco as possibilidades de alcançar uma paz duradoura. Também poderá tornar toda a região mais instável", justificou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante discurso no plenário do Parlamento do bloco.
Ela enfatizou que "esta violência não tem nada a ver com a luta contra o Hamas e deve parar" e reforçou "a necessidade de evitar que o conflito se espalhe por toda a região".
Von der Leyen destacou que todos têm assistido "um aumento no número de tiros disparados pelo Hezbollhan pró-iraniano em toda a região. Também temos visto ataques conduzidos pelo Houthis com mísseis balísticos, drones implantados contra Israel e o aumento do número de ataques contra navios mercantes no Mar Vermelho".
"Tudo isso é perigoso. Mas ainda é possível impedir a escalada da situação. Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para acabar com esta guerra e o reinado do Hamas em Gaza. E devemos fazer tudo para trazer uma nova esperança a estes tempos sombrios", concluiu.
O governo de Joe Biden também está atrasando a venda de rifles fabricados nos Estados Unidos para Israel, em meio aos receios de ataques de colonos contra civis palestinos na Cisjordânia.
A informação foi divulgada pelo portal Axios, citando fontes que afirmam que a administração está preocupada com a falta de esforços do governo israelense para reduzir a violência.
Na primeira semana da guerra, Israel solicitou os rifles para civis em vilarejos israelenses nas fronteiras com Gaza, Líbano e Síria. A solicitação foi tratada com extrema cautela pela administração devido aos receios de que os rifles fossem distribuídos a colonos extremistas na Cisjordânia.
A administração Biden e o Congresso posteriormente aprovaram a solicitação após receberem garantias de que as armas não seriam destinadas a civis nos assentamentos.
No entanto, algumas semanas após a aprovação, o Departamento de Estado decidiu retardar o processo e realizar uma nova revisão para as licenças.
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