(ANSA) - Gino Cecchettin, pai da jovem de 22 anos Giulia Cecchettin, vítima de feminicídio pelo ex-namorado Filippo Turetta, disse em um programa de televisão da Rai nesta quarta-feira (6) que a menina se tornou neta, filha, irmã de toda a Itália.
"É um efeito que me enche de orgulho, porque vocês conheceram Giulia como eu a vivi por 22 anos. É reconfortante ver que Monica e eu trabalhamos bem. Então, ver que uma filha que você criou se tornou um pouco filha de todos os italianos me enche de orgulho", disse, relembrando também a mulher, que morreu há um ano.
Ele viu positivamente um anúncio do ministro da Educação, Giuseppe Valditara, sobre o plano de levar o tema à reflexão nas salas de aula: "Fiquei muito satisfeito com essa mensagem de mudança para garantir que essas coisas não aconteçam mais".
Para o pai de Giulia, Filippo Turetta "poderia ter uma vida, talvez com outra garota, se formar, e em vez disso, estragou tudo por não conseguir lidar com o amor". Se pudesse falar com o assassino de sua filha, Gino repete que só perguntaria: "Por quê?".
Já outro programa da Rai 3 mostrará nesta quarta que Filippo Turetta queria exercer um controle total sobre a vida de Giulia.
O episódio mostrará mensagens que ele mesmo enviou à irmã da estudante, Elena.
"Oi, desculpe, você pode ligar o telefone para Giulia e fazê-la deixar ligado?" escreve Filippo, que depois, quando Elena responde com um seco "não", acrescenta: "Por quê?! Não é justo, ela não pode me ignorar por todas essas horas. Ela me prometeu ontem que ia me escrever durante o dia... pelo menos diga a ela que eu escrevi".
No decorrer da conversa, Elena Cecchettin não cede às demandas e tenta fazer o jovem raciocinar: "Filippo, dê a ela um momento de respiro".
As palavras desencadeiam uma reação de Turetta que mostra sua obsessão: "Um momento de respiro de quê? Ela me prometeu que me enviaria algumas fotos e vídeos do dia. Desculpe, obrigado".
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