(ANSA) - Chegou a 9.227 o número de mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza, de acordo com boletim divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Ministério da Saúde do enclave palestino, que é controlado pelo grupo fundamentalista Hamas.
Segundo o balanço, entre as vítimas estão 3.826 crianças e 2.405 mulheres. Os bombardeios são uma reação aos atentados terroristas promovidos pelo Hamas em Israel em 7 de outubro, que deixaram mais de 1,4 mil mortos, também civis em sua maioria.
Além disso, 23 militares já morreram em combates em terra durante a incursão de Israel na Faixa de Gaza.
Em meio ao agravamento do conflito, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se reuniu nesta sexta com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, em sua terceira visita ao país desde o início da guerra.
A imprensa americana afirma que os Estados Unidos tentam convencer Israel a aceitar uma "pausa humanitária" nos combates - mas não um cessar-fogo - e querem sondar quais as intenções de Netanyahu para o caso de o Hamas ser efetivamente derrotado.
Palestinos
Enquanto isso, Israel começou a enviar para a Faixa de Gaza "milhares" de trabalhadores palestinos que estavam bloqueados desde 7 de outubro, segundo a agência AFP, medida que causou "profunda preocupação" na ONU.
De acordo com o governo israelense, cerca de 18,5 mil habitantes de Gaza tinham permissão para trabalhar no país, mas muitos deles podem não ter mais casa ao voltar para o enclave, dada a extensão dos bombardeios no território.
"Pelo menos 4 mil trabalhadores palestinos e pacientes de hospitais foram detidos em instalações militares sem base jurídica suficiente, após Israel ter revogado suas permissões", disse a porta-voz do gabinete de direitos humanos da ONU, Elizabeth Throssell, em coletiva de imprensa em Genebra, Suíça.
"Há relatos preocupantes de que alguns estão sendo enviados de volta para Gaza, apesar da gravidade da situação", acrescentou.
EUA
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a Tel Aviv para sua terceira visita a Israel desde o início da guerra contra o grupo fundamentalista islâmico Hamas, em 7 de outubro.
Em coletiva de imprensa, ele chamou de "impressionante" e "chocante" que o ataque do Hamas "tenha retrocedido tão rapidamente na memória de tantos" e afirmou que é preciso "fazer mais para proteger os civis palestinos".
"A ideia de que o Hamas continue responsável em Gaza não é aceitável", afirmou Blinken, enfatizando que "é necessário construir um futuro diferente para ambos os povos e para a região" para "garantir que o '7 de outubro' nunca mais aconteça".
O secretário de Estado norte-americano informou que discutiu "várias possibilidades com os nossos parceiros" e garantiu que é preciso "um panorama mais amplo, de uma visão de paz e segurança na região".
"O caminho a seguir continua sendo o de dois estados para dois povos", acrescentou, afirmando que os Estados Unidos pressionam Israel para minimizar as baixas civis.
Segundo Blinken, "a forma como Israel conduz a sua campanha para derrotar o Hamas é importante, é a coisa certa e legítima a fazer, e se não o fizer, estará a fazer o jogo do Hamas e outros grupos terroristas".
"Quero reiterar o nosso apoio a Israel no seu direito de se defender por qualquer meio e no seu direito à legítima defesa", declarou Blinken, acrescentando que "nenhum país pode tolerar um massacre de inocentes".
Por sua vez, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou que suas forças estão operando com força total em todas as frentes.
Além disso, mostrou a Blinken partes do filme preparado pelo Exército de Israel "sobre os horrores e massacre perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro".
Instituto Francês
O Instituto francês em Gaza foi atingido durante um ataque israelense em decorrência da guerra deflagrada contra o Hamas, informaram as autoridades francesas.
O governo de Emmanuel Macron pediu "explicações imediatas" a Israel.
"Fomos informados pelas autoridades israelenses que o Instituto Francês em Gaza foi alvo de um ataque israelense. Perguntamos às autoridades para nos informar imediatamente através dos canais apropriados os elementos tangíveis que motivaram esta decisão", diz um comunicado oficial.
Segundo a nota, nenhum funcionário ou cidadão francês estava dentro da instituição no momento da ofensiva.
O Instituto Francês em Gaza é uma das poucas instituições estrangeiras no território e é um local "responsável pela promoção da cooperação cultural, intelectual e audiovisual".
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