(ANSA) - Um ônibus cheio caiu na noite desta terça-feira (3), ainda à tarde no Brasil, em Mestre, na porção continental de Veneza, na Itália. Ele precipitou de um elevado em Via dell'Elettricità, caindo 10 metros sobre uma linha ferroviária.
Até o momento, foram confirmadas ao menos 21 mortes e 18 feridos, sendo cinco em estado grave. O motorista morreu. Entre as vítimas estão também ao menos duas crianças.
O governador do Vêneto, Luca Zaia, confirmou que o incidente envolveu menores de idades e estrangeiros.
A dinâmica do acidente ainda não é conhecida.
O ônibus não era de linha, mas um NCC (“noleggio con conducente", aluguel com motorista, um tipo de transporte público que pode ser conduzido em carros, vans e ônibus). Ele era alugado por uma área de camping em Marghera, para uso dos próprios hóspedes. O ônibus é da sociedade “La Linea”, que normalmente faz ligação entre o camping e Veneza.
O veículo caiu na ponte que liga Mestre e Marghera, que ficam em Veneza, mas no continente, onde turistas costumam se hospedar para evitar os altos custos de hospedagem nas ilhas do centro histórico.
Ao menos 50 ambulâncias foram destacadas para o local. A linha ferroviária foi suspensa.
O serviço de saúde de Veneza ativou o protocolo de "grandes emergências", que prevê que fiquem à disposição todos os prontos-socorros dos hospitais, e a convocação de reforços de profissionais de saúde.
Após a queda, o ônibus, movido a metano e eletricidade, pegou fogo imediatamente. Até o fim da noite desta terça, ele não havia sido removido devido ao risco de incêndio. Apenas após a remoção será possível descobrir se há outras vítimas.
Após o episódio, quatro jovens turistas alemães relataram que estavam aguardando o ônibus, mas que ele nunca chegou: "E depois ficamos sabendo. É uma tragédia. Queríamos pedir um táxi mas não conseguíamos, então ficamos esperando".
Estrangeiros
Muitas pessoas se reuniram diante do camping Hu, em Marghera, onde estavam acampados os turistas que estavam no ônibus, buscando informações para identificar as vítimas.
O cônsul da Bulgária em Veneza também foi para o local buscar informações para seus homólogos de outras nações.
Ele foi convocado pela própria prefeitura de Veneza, que considera provável que a maioria das vítimas sejam estrangeiras.
À bordo estariam cidadãos ucranianos e alemães. A descoberta se deu após terem sido encontrados passaportes dessas nacionalidades durante os trabalhos de resgate. Também havia franceses no veículo.
Autoridades
A premiê da Itália, Giorgia Meloni, expressou "profundas condolências: "Estou em contato com o prefeito, Luigi Brugnaro, e o ministro dos Transportes, Matteo Salvini, para acompanhar as notícias sobre a tragédia".
O presidente italiano, Sergio Mattarella, telefonou ao prefeito para expressar condolências.
No Facebook, o prefeito, Luigi Brugnaro, descreveu o local da queda como "cena apocalíptica": "Uma tragédia atingiu nossa comunidade nesta noite".
O ministro da Defesa Civil, Nello Musumeci, se manifestou: “Não posso deixar de expressar minha profunda dor pela gravíssima tragédia de Mestre, que custou a vida de dezenas de pessoas. Me sinto próximo às famílias das vítimas”.
“Quero expressar um agradecimento ao Corpo de Bombeiros, aos voluntários da Defesa Civil, às forças de segurança e todos os que estão se esforçando na difícil operação de socorro”, acrescentou.
A presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, enviou solidariedade: "Minhas mais sentidas condolências às famílias das vítimas e aos feridos. Estou próxima do presidente, da premiê e do prefeito nesse momento de profunda dor".
O presidente francês, Emmanuel Macron, publicou em uma rede social, em italiano: "Nossos pensamentos neste noite estão com o povo italiano, as famílias e os entes queridos das vítimas da terrível tragédia".
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