(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta segunda-feira (6) que seu governo "continuará sua batalha para deter os traficantes de pessoas e as mortes no mar" nos próximos Conselhos Europeu e de Ministros.
"A Itália não pode mais ser deixada sozinha para enfrentar o fenômeno da imigração ilegal. Não queremos mais nos encontrar lamentando tragédias como a de Cutro", escreveu ela nas redes sociais.
Meloni reforçou ainda que "é nosso dever, moral antes político, de fazer tudo para evitar que infortúnios semelhantes voltem a acontecer".
A declaração é dada após a premiê italiana convocar o Conselho de Ministros para a próxima quinta-feira (9) para discutir sobre o naufrágio na costa de Cutro, na região da Calábria, que provocou dezenas de mortos.
A reunião será realizada na Câmara Municipal de Cutro, informou o prefeito de Crotone, Antonio Ceraso, à ANSA.
"Temos uma sala de diretoria perfeitamente adequada. Teria dispensado de bom grado uma reunião do governo em Cutro, porque nunca desejaria que uma tragédia semelhante ocorresse aqui mesmo, mas a iniciativa da premiê Meloni é um farol sobre o que aconteceu para que isso nunca mais aconteça", acrescentou Ceraso.
Para o prefeito, a decisão de Meloni "demonstra que há atenção adequada por parte do Estado", mas "o problema agora, porém, é encontrar uma estratégia para trazer a nível europeu para evitar que tragédias semelhantes aconteçam no futuro".
"O drama que [os migrantes] estão vivendo é imenso. Assim como eu me pergunto como os sobreviventes podem pensar em continuar a viver", concluiu Ceraso.
A expectativa é de que amanhã (7) sejam realizados os primeiros enterros das vítimas do naufrágio ocorrido no dia 26 de fevereiro. No final da tarde, o primeiro caixão, de um jovem afegão de 24 anos, Nizami Hamid, saiu da funerária montada em Palamilone. O sepultamento, segundo o ritual muçulmano a pedido dos familiares, será no cemitério de Crotone.
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