ministra da Itália, Giorgia Meloni, garantiu neste sábado (4) que seu governo não recebeu "nenhuma comunicação de emergência da Frontex", agência da União Europeia para controle de fronteiras, sobre a embarcação que naufragou na costa da região italiana da Calábria, causando ao menos 69 mortos.
Em entrevista coletiva em Abu Dhabi, a premiê italiana ressaltou ainda que "essas pessoas não estavam em condições de serem salvas".
"A situação é simples na sua dramaticidade: não recebemos nenhuma indicação de emergência da Frontex. Além disso, a rota não é coberta por ONGs e, portanto, nada tem a ver com as políticas governamentais", acrescentou ela.
Investigado pelo Ministério Público, o naufrágio ocorreu no domingo passado, quando a embarcação de madeira em que cerca de 180 migrantes viajavam da Turquia, segundo os sobreviventes, afundou na costa da Calábria.
A Frontex chegou a dizer que alertou a Itália no fim do último sábado (25) sobre uma embarcação superlotada que navegava no Mediterrâneo. O naufrágio ocorreu, porém, em um trecho que não é monitorado pelas ONGs humanitárias, alvos de um decreto do governo Meloni que dificultou suas atividades.
"Estamos muito acostumados a perceber os problemas quando há uma tragédia e, em vez disso, há aqueles que falam sobre eles desde que estão no Palazzo Chigi em meio ao desinteresse geral. Estou procurando soluções, a Itália não pode resolver o problema sozinha, mas para evitar que mais pessoas morram, as saídas ilegais devem ser interrompidas. Uma forma de honrar a morte de inocentes é buscar uma solução", afirmou Meloni.
Por fim, a premiê italiana lembrou que a oposição pediu a renúncia do ministro do Interior, Matteo Piantedosi, e insistiu que o que aconteceu com o naufrágio "não tem nada a ver com as medidas do governo com as ONGs".
"A oposição pede a renúncia de um ministro diferente a cada dia.Isso não é mais notícia", disse Meloni, criticada por não ter comparecido à capela funerária das vítimas em Crotone.
De acordo com ela, embora o governo italiano trabalhe "para interromper os fluxos ilegais, continua salvando todas as pessoas". "Essa é a história. Realmente não acho que haja questões em que exagerar para atingir aquele que considera o seu adversário", concluiu.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA