A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reafirmou nesta segunda-feira (27) a sua convicção de que "hoje há espaço para construir uma maioria diferente no Parlamento Europeu e para políticas diferentes".
"Se as coisas não acontecerem assim, a Itália já demonstrou que, com bom senso, pode ser líder em muitas políticas", declarou ela em uma entrevista à Rádio 1 RAI.
Meloni reforçou que pensa "que a Europa deve acima de tudo mudar as suas prioridades" e "o desafio é uma Europa que cuida de muito menos coisas do que nos últimos anos, quando regulamentou coisas mínimas na vida dos cidadãos".
Para ela, "devemos regressar a um princípio de subsidiariedade segundo o qual a Europa faz menos coisas e as faz melhor", o que "seria uma mudança de ritmo da qual a Europa beneficiaria, e é isso que os conservadores europeus querem".
"Estou procurando mudar algo que não funciona e, se os italianos me derem uma mão, acho que posso conseguir. Nunca existiu uma oportunidade como estas eleições europeias", acrescentou a líder do partido Irmãos da Itália (FdI), que liderará a chapa do partido nas eleições europeias.
A premiê disse que "os italianos veem a Europa como algo distante", mas apelou para todos votarem: "A Europa nos próximos cinco anos cuidará de nós".
"Nós, como conservadores, somos os únicos que podemos mudar o rumo", continuou Meloni, que minimizou qualquer possível impacto na sua relação com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, candidata à reeleição pelo Partido Popular Europeu (PPE).
"Era normal para mim construir uma relação institucional com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, certas reconstruções e simplificações italianas me fazem sorrir", acrescentou ela, afirmando estar interessada em "trazer resultados, mesmo estando na oposição.
Durante a entrevista, Meloni também defendeu o seu projeto de reforma constitucional para permitir a eleição direta de primeiro-ministro, e não através do Congresso, como acontece agora.
"Eles não querem reforma. O Partido Democrático e o Movimento 5 Estrelas são a favor da continuidade do status quo", afirmou.
Em relação à Ucrânia, Meloni disse que "está a começar a trabalhar com os ucranianos para compreender os passos a seguir" e reforçou que, "se Putin quer a paz, ele deve retirar-se".
"Se tivéssemos permitido que a guerra imperialista russa progredisse mais rapidamente, teríamos a guerra mais perto de casa. Hoje, começamos a falar de negociações graças àqueles que impediram esta tentativa expansionista russa, apoiando a Ucrânia, que resistiu bravamente, como David contra Golias", afirmou a italiana.
Por fim, a premiê da Itália lembrou que "um primeiro rascunho do acordo está agora a ser preparada na Conferência de Paz na Suíça, fora do G7 italiano". "É essencial que este trabalho continue. Uma mesa de negociações é necessária se houver um impasse", concluiu.
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