O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou que está avaliando renunciar ao cargo em decorrência dos ataques que ele tem enfrentado nas últimas semanas, após sua esposa ser alvo da justiça.
Aos 52 anos, o premiê espanhol decidiu cancelar a agenda oficial e disse que quer reservar "um período para refletir" sobre se "vale a pena" permanecer à frente do governo após a denúncia contra Begoña Gómez.
Ontem (24), um tribunal espanhol anunciou a abertura de um inquérito por suposta corrupção contra a mulher de Sánchez, após a denúncia de uma associação. "Tudo isso vale a pena?", perguntou ele, em uma carta aberta publicada no X (antigo Twitter). "Honestamente, não sei".
No texto de quatro páginas sobre informação privilegiada e corrupção, Sánchez reclama da "máquina de lama" colocada em ação contra sua esposa "por uma coalizão de interesses da direita e da ultradireita que não podem tolerar a realidade da Espanha e o veredicto das urnas".
"Este ataque sem precedentes é tão sério e grosseiro que preciso parar e refletir com minha esposa", acrescenta ele, afirmando que revelará sua decisão na próxima segunda-feira (29). Hoje, inclusive, o socialista manteve-se em "contato permanente" com o rei Felipe VI para decidir seu futuro.
No entanto, o Ministério Público espanhol solicitou o arquivamento da investigação depois que a associação que denunciou Gómez admitiu ter se baseado apenas em reportagens da imprensa.
Com o processo declarado "em segredo" de justiça, nem o tribunal nem o Ministério Público deram mais detalhes sobre as alegações de corrupção e tráfico de influência contra Gómez.
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