(ANSA) - A Polícia Federal brasileira deve apurar as imagens das câmeras de segurança da Embaixada da Hungria em Brasília que registraram a presença de Jair Bolsonaro durante dois dias no local, após uma operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na qual o passaporte do ex-presidente foi confiscado.
O jornal The New York Times divulgou as imagens do ex-mandatário entrando na representação diplomática europeia em 12 de fevereiro e saindo do local dois dias depois.
O político brasileiro foi recebido pelo embaixador húngaro no Brasil, Miklós Halmai, segundo a reportagem do jornal americano, reproduzida na imprensa brasileira.
A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Tempus Veritatis em 8 de fevereiro, quando Bolsonaro foi obrigado a entregar seu passaporte e proibido de deixar o país.
Segundo uma fonte que falou em condição de anonimato, a Embaixada da Hungria tinha o plano de abrigar Bolsonaro e poderia conceder "asilo político" a ele.
O NYT disse, além disso, que Bolsonaro está tentando "alavancar sua amizade" com o primeiro-ministro Viktor Orbán, líder de extrema-direita com quem tem uma boa relação.
Orbán esteve no Brasil em janeiro de 2019 para a posse de Bolsonaro, que também viajou para a Hungria em 2022.
Ao portal Metrópoles, Bolsonaro admitiu que esteve no local: "Não vou negar que estive na embaixada sim. Não vou falar onde mais estive. Mantenho um círculo de amizade com alguns chefes de estado pelo mundo. Estão preocupados. Eu converso com eles assuntos do interesse do nosso país. E ponto final. O resto é especulação".
Defesa
A defesa do ex-presidente afirmou que ele passou dois dias “hospedado na Embaixada da Hungria em Brasília para manter contatos com autoridades do país amigo”.
“Como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires”, diz o texto.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações”, garante a defesa.
“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, concluiu a nota.
O Itamaraty decidiu convocar o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para dar explicações sobre a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à representação diplomática em Brasília no feriado de Carnaval, após ter tido seu passaporte apreendido em uma operação da Polícia Federal.
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