(ANSA) - Apesar de ter aceitado o diplomata Guillermo Daniel Raimondi como novo embaixador da Argentina no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pretende se encontrar com seu homólogo argentino, de quem ainda está aguardando um pedido de desculpas.
Em conversas com aliados, o líder petista dá sinais de que só viajará para a Argentina após um gesto "contundente" ou um pedido de desculpas do novo mandatário ultraliberal, como relatado pelo portal da CNN Brasil nesta quinta-feira (7).
Lula e Milei, que tomou posse em 10 de dezembro, nunca se falaram.
Na cerimônia de posse em dezembro em Buenos Aires, estiveram presentes o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos, o senador Flávio (PL) e o deputado Eduardo (PL).
Eduardo tem uma amizade pessoal com o líder argentino do partido La Libertad Avanza (LLA).
Lula também não esqueceu das declarações de Milei em 2023, quando o chamou de "corrupto" e "socialista com vocação totalitária".
Há duas semanas, o argentino repostou mensagens onde se fala da "ditadura" de Lula e se faz uma defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula, repudiou as "brincadeiras" e "mentiras" divulgadas por Milei.
Ainda assim, o Ministério das Relações Exteriores manteve um critério pragmático na relação com o país vizinho, que é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, e informou ontem (6) que concedeu o agrément (autorização) para o diplomata Raimondi como "embaixador plenipotenciário" no Brasil.
Por enquanto, o pragmatismo garante a continuidade de uma relação que é chave para Brasília e Buenos Aires, mas nada indica que haverá aproximação ou parceria política entre os dois mandatários com posições antagônicas.
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