(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (6) que espera que “as eleições na Venezuela sejam as mais democráticas possíveis".
A declaração foi dada ao lado de seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Ele pediu à oposição venezuelana que não se comporte como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e propôs um acordo contra a extrema direita.
"As eleições venezuelanas estão marcadas para o dia 28 de julho, conforme fiquei sabendo hoje", disse o mandatário, garantindo estar "feliz" com a notícia.
"Segundo o presidente [Nicolás] Maduro me disse em São Vicente e Granadinas [na sexta-feira passada], ele vai convocar todos os observadores do mundo para observar os comícios", comentou o petista, que restabeleceu relações com o governo de Caracas em 2023.
O governo brasileiro foi convidado em outubro do ano passado como garantidor de um acordo por eleições "livres, justas e transparentes" firmado em Barbados entre o governo e a oposição venezuelanos.
Para Lula, o governo Maduro "precisa de eleições altamente democráticas para reconquistar espaço de participação nos fóruns internacionais".
Apesar do otimismo, Lula comentou que se a oposição venezuelana "tiver o mesmo comportamento da oposição daqui, nada serve". E lembrou que o ex-presidente Bolsonaro não reconheceu sua vitória nas eleições presidenciais de outubro de 2022.
Nessa linha de questionamento a Bolsonaro, Lula defendeu hoje uma aliança com o governo progressista espanhol frente à extrema direita.
"Espanha e Brasil são duas grandes democracias que enfrentam o extremismo, a negação da política e o discurso de ódio", afirmou.
"Nossa experiência no enfrentamento da extrema direita, que atua coordenada de forma internacional, nos ensina que é preciso unir todos os democratas do mundo", completou Lula.
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