(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva instalou nesta quinta-feira (23) uma comissão administrativa para a coordenação da presidência brasileira no G20, que começará a partir do dia 1° de dezembro.
De acordo com o petista, este possivelmente é o mais importante evento internacional que o Brasil vai assumir a responsabilidade de coordenar.
Durante cerimônia em Brasília, Lula destacou as prioridades da gestão brasileira, como o combate à desigualdade, à fome, à pobreza, além da luta contra as mudanças climáticas e a transição energética.
Para o líder brasileiro, a "transição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que nós não tivemos no século 20".
Em seu discurso, Lula também disse que quer fazer uma "grande discussão" sobre a governança mundial e o funcionamento das instituições multilaterais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Segundo ele, é preciso que essas instituições deem prioridade às necessidades dos países em desenvolvimento e avaliem formas de renegociação de dívidas de nações em crise, como a Argentina.
O presidente enfatizou que não é possível que as instituições "continuem funcionando como se nada tivesse acontecendo no mundo, como se tivesse tudo resolvido".
"Muitas vezes instituições que emprestam dinheiro, não com o objetivo de salvar o país que está tomando o dinheiro emprestado, mas para pagar dívida, e não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração que não há contribuição para salvar a vida dos países, estamos vendo o que aconteceu na Argentina, estamos vendo o continente africano com US$ 800 bi de dívida e que se não houver uma rediscussão de como fazer financiamento para países pobres a gente não vai ter solução", explicou.
A Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência Brasileira do G20 será composta por 39 órgãos do governo, divididos em dois grupos.
Conforme divulgado por Lula, o governo divulgará a partir de dezembro calendários e notas que vão orientar os trabalhos relacionados ao G20. Durante a cerimônia também eativeram presentes ministros do governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.
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