(ANSA) - A premiê da Itália, Giorgia Meloni, divulgou neste domingo (22) um vídeo para comemorar o aniversário de um ano de sua posse e aproveitou a ocasião para atacar críticos de seu governo, o primeiro na história do país guiado por uma mulher.
A mensagem foi gravada no Egito, onde Meloni participou no último sábado (21) de uma reunião internacional sobre a guerra entre Israel e Hamas no Oriente Médio.
"Estamos apenas no início, o caminho diante de nós é ainda longo e tortuoso, mas continuaremos, de cabeça erguida, a fazer escolhas corajosas que por muito tempo não foram feitas. Há um ano, escrevemos a história, e agora estamos escrevendo o futuro da Itália", disse a premiê nas redes sociais.
No vídeo, exibido em um evento do partido de direita Irmãos da Itália (FdI) em Roma, Meloni afirmou que seu governo é um "inimigo a ser abatido" pela oposição. "Somos um espelho da mesquinhez deles. Se formos bem-sucedidos, toda essa gente terá de acertar as contas com a própria consciência", acrescentou.
A premiê ainda declarou que seu governo é alvo de uma "maldade nunca antes vista" e quer promover "reformas profundas sem olhar na cara de ninguém". "Representamos uma Itália orgulhosa e capaz de dar confiança a seus cidadãos, que premia o mérito e o talento e honra o trabalho, uma Itália com as costas retas e o olhar orgulhoso, uma Itália justa", salientou.
Meloni tomou posse como premiê em 22 de outubro de 2022, encabeçando uma coalizão que ainda inclui os partidos Liga, de Matteo Salvini, e Força Itália (FI), do finado Silvio Berlusconi. A aliança tem maioria confortável no Parlamento e, apesar de um ou outro foco de tensão, vem se mantendo unida para aprovar os projetos do governo sem dificuldade.
A oposição, no entanto, acusa a gestão Meloni de não atender às necessidades dos cidadãos, que sofrem com uma inflação ainda alta e veem uma economia em desaceleração, enquanto o número de migrantes forçados que desembarcam na costa do país quase dobrou em um ano, apesar de a questão migratória ter sido cavalo de batalha da direita nos últimos anos.
"A saúde pública está no limite, a escola está sob ataque, o salário mínimo é uma miragem, o encarecimento do custo de vida não para de crescer. Tantos slogans e nenhum resultado, nenhuma promessa mantida. A direita voltou ao governo, mas não sabe governar", disse a vice-presidente da Câmara dos Deputados, Anna Ascani, do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.
Por sua vez, o ex-premiê Giuseppe Conte, líder do populista Movimento 5 Estrelas (M5S), publicou um vídeo em que acusa Meloni de colocar a Itália "de joelhos" e "virar as costas para quem não tem nada", em referência à resistência do governo contra um projeto da oposição para instituir um salário mínimo no país e ao desmonte da renda básica de cidadania. (ANSA)
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