(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a paz na Ucrânia nesta quarta-feira (23), em discurso perante seus colegas do grupo Brics reunidos na África do Sul.
"Achamos positivo que um número crescente de países estejam em contato com Moscou e Kiev. Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz, tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição. O Brasil não contempla fórmulas unilaterais para a paz, estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura", afirmou.
Segundo Lula, o Brics não pode "se furtar a tratar o principal conflito da atualidade, que ocorre na Ucrânia e tem efeitos globais". "O Brasil tem uma posição histórica de defesa da soberania e da integridade territorial e de todos os princípios da ONU", disse o líder brasileiro.
O discurso foi acompanhado presencialmente pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, uma vez que o presidente Vladimir Putin não foi à África do Sul para evitar um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) e participou por videoconferência.
"Todos sofrem as consequências da guerra, que evidencia as limitações do Conselho de Segurança. Muitos outros conflitos e crises não recebem a atenção devida, mesmo causando vasto sofrimento para suas populações", reforçou Lula, citando Haiti, Iêmen, Síria, Líbia, Sudão e Palestina.
O presidente ainda ressaltou que o mundo regrediu para uma "mentalidade obsoleta da Guerra Fria e da competição geopolítica". "Essa é uma insensatez que gera grandes incertezas e corrói o multilateralismo. O mundo precisa compreender que os riscos são inaceitáveis para a humanidade", disse. (ANSA)
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