(ANSA) - A relação com a líder da extrema direita na França, Marine Le Pen, se tornou motivo de divergências entre os dois vice-premiês da Itália: Matteo Salvini e Antonio Tajani.
Durante a manhã desta segunda-feira (3), Tajani, também ministro das Relações Exteriores e possível herdeiro político de Silvio Berlusconi no partido conservador Força Itália (FI), disse que jamais se aliaria à "senhora Le Pen".
"Quero ser muito claro: sou também vice-presidente do Partido Popular Europeu [PPE] e, para nós, é impossível qualquer acordo com o AfD [o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha] e com o partido da senhora Le Pen", destacou Tajani em entrevista a uma emissora italiana.
Segundo o vice-premiê, não haveria nenhum problema em fechar um acordo com a Liga, partido de Salvini, também em âmbito europeu, mas não com Le Pen. "Não se pode governar a Europa com partidos antieuropeístas", ressaltou.
Algumas horas depois, Salvini, também ministro da Infraestrutura e dos Transportes, respondeu que a Liga "nunca se aliará com a esquerda e os socialistas", em referência à coalizão do PPE com forças de centro-esquerda no Parlamento da União Europeia.
"E não aceito vetos contra nossos aliados", declarou o vice-premiê durante uma reunião virtual com Le Pen. "A única esperança de mudar a Europa é manter unido tudo aquilo que é uma alternativa à esquerda. Quem se comporta de modo diferente faz um favor aos socialistas", salientou.
Tajani e Salvini lideram os dois partidos que garantem maioria parlamentar para o governo da premiê Giorgia Meloni, da legenda Irmãos da Itália (FdI), no poder desde outubro passado. (ANSA)
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