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Homem que defendeu Berlusconi em 2009 relata ataque: 'Salvaria de novo'

Homem que defendeu Berlusconi em 2009 relata ataque: 'Salvaria de novo'

MILÃO, 13 junho 2023, 15:33

Redação ANSA

ANSACheck

Jogador de vôlei salvou Berlusconi de ataque - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Andrea Matteazzi, o jogador de vôlei que em 2009 interveio para defender o ex-premiê da Itália Silvio Berlusconi quando um homem o atacou com uma estátua miniatura da Catedral de Milão e machucou seu rosto, recordou esse momento por ocasião da morte do "Cavaliere".

Muitos se lembram dele como um herói por um dia porque, graças ao seu instinto de esportista, bloqueou o agressor bem na praça em frente à catedral milanesa que receberá o funeral de estado de Berlusconi, que morreu na última segunda-feira (12), aos 86 anos.

Corria o ano de 2009 quando Matteazzi fez o gesto que lhe deu uma notoriedade surpreendente, mas pelo qual também ganhou vários ataques.

"Eu faria de novo, mesmo que depois da glória eu me sentisse desapontado", disse ele à ANSA.

O agressor chamava-se Massimo Tartaglia e, ao final de comício, conseguiu ferir Berlusconi, fazendo com que ele fraturasse o septo nasal e dois dentes.

As imagens do sangramento do então primeiro-ministro italiano correram o mundo e muitos se perguntaram o que teria acontecido se Matteazzi não tivesse agido para deter o homem.

"A notícia da morte de Berlusconi me perturbou porque me levou de volta àquele período, um parêntese único em minha vida", disse Matteazzi, que hoje tem 43 anos e mora em Montegrotta Terme, na província italiana de Pádua.

Há um ano e meio, ele encerrou a carreira de 25 anos no vôlei - com a camisa do Monselice Volley, na Série B - para se dedicar ao hobby do esqui alpino. "Naquele dia, eu estava na praça da Catedral por curiosidade quando vi um homem agitar um objeto embrulhado em um jornal e atacar Berlusconi. Intervi instintivamente", contou.

"Eu teria feito isso por qualquer um. Comecei a correr e pulei sobre ele para imobilizá-lo. Foram momentos emocionantes, as pessoas estavam gritando. A duras penas, os guardas-costas conseguiram então conduzir o agressor por cima das barreiras para evitar o linchamento", lembrou.

Pouco depois de perceber a gravidade da situação, abordado por jornalistas, curiosos e fotógrafos enquanto a escolta intervinha para resgatar o primeiro-ministro, Matteazzi desapareceu, correndo para pegar um trem para casa.

"Tive medo de não poder voltar e voltei imediatamente para a minha família. Aí, quando terminava o treino, encontrava os jornalistas na porta do ginásio me esperando. Todos me procuravam, desde os prefeitos das cidades de Pádua ao então governador da região do Vêneto, Giancarlo Galan, para me parabenizar e me convidar para reuniões e eventos. Mas eu só tinha um desejo: encontrar Berlusconi pessoalmente novamente", disse ele.

Matteazzi disse que tentou contato com o Palazzo Chigi, sede do governo italiano, mas seu sonho nunca se concretizou.

"Alguém me disse que, embora Berlusconi fosse uma pessoa muito generosa, essa circunstância criou um grande constrangimento. E eles preferiram esquecer. Eu me resignei, embora não esconda o fato de que teria gostado da possibilidade de me encontrar com um dos filhos do líder do Força Itália (FI) ou receber um telefonema", acrescentou o italiano.

"Ele foi um homem único no mundo, não tem rivais pelo que conseguiu fazer como empresário, na política, no esporte e no mundo editorial. Um dia a Itália vai entender quem realmente foi Berlusconi", concluiu.
   

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