Um grupo de 30 países e a União Europeia assinaram uma declaração conjunta sobre a crise na Venezuela e cobraram o início de negociações "construtivas" para um processo de "transição" que solucione o impasse político no país.
O documento foi firmado às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas, que acontece em Nova York, Estados Unidos.
Além da Itália, aderiram ao apelo Argentina, Austrália, Áustria, Bósnia-Herzegovina, Canadá, Costa Rica, Croácia, Dinamarca, Espanha, Eslovênia, EUA, Estônia, Alemanha, Guatemala, Guiana, Holanda, Hungria, Irlanda, Kosovo, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Panamá, Peru, Portugal, Reino Unido, República Dominicana, Suécia, Ucrânia e União Europeia.
"Chegou a hora de os líderes políticos venezuelanos iniciarem conversas construtivas e inclusivas sobre uma transição com garantias para ambos os lados, a fim de resolver o impasse político do país e restaurar as instituições democráticas de forma pacífica, de acordo com a lei venezuelana e com a vontade do povo expressa através da votação de 28 de julho", diz a declaração.
O documento ainda cobra a "libertação imediata das pessoas detidas arbitrariamente sem respeitar as garantias de um julgamento justo; o fim do uso excessivo da força, da violência política e do assédio contra a oposição e a sociedade civil; e o regresso imediato do Gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, assim como a criação das condições necessárias que lhe permitam cumprir plenamente o seu mandato".
Além disso, a declaração pede "para respeitar e cumprir os compromissos assumidos no âmbito do direito internacional em matéria de asilo diplomático, proporcionando salvo-conduto aos seis requerentes de asilo atualmente refugiados na Embaixada da Argentina em Caracas, permitindo-lhes sair do território venezuelano".
Segundo relatório da ONU publicado em 17 de setembro, a "violência contra opositores das autoridades venezuelanas atingiu níveis sem precedentes" após as eleições de 28 de julho, que mantiveram o presidente Nicolás Maduro no poder, mesmo sem a comprovação do resultado do pleito.
O documento das Nações Unidas também afirma que mais de 2,4 mil manifestantes foram presos na Venezuela desde o final de julho, sendo que 25 pessoas morreram durante protestos após a declaração do Tribunal Supremo de Justiça sobre a reeleição de Maduro.
O adversário do presidente nas urnas, Edmundo González, está em exílio na Espanha, após ser alvo de três mandados de prisão por crimes pós-eleitorais, como "incitação à desobediência" e "conspiração".
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