"Um encontro entre Putin e Zelensky é certamente possível e necessário", declarou ele a discursar no Fórum Ambrosetti, em Cernobbio, na Itália.
O premiê húngaro, expoente da extrema direita europeia, lembrou que "há uma grande literatura na Europa sobre como criar a paz e esta literatura abundante refere-se ao diálogo que, se não ocorrer no momento certo, a escalada cresce e tudo fica mais difícil".
"Depois, há o cessar-fogo, sobre o qual existe um mal-entendido na opinião pública ocidental de que devemos primeiro elaborar um plano de paz, depois iniciar negociações e depois implementar o cessar-fogo", acrescentou.
Orbán advertiu que "o processo não é assim, porque olhando para as experiências mais recentes", o seu ponto de vista pessoal é que "primeiro vem o cessar-fogo, depois o diálogo e finalmente o plano de paz".
Durante o discurso, o líder da Hungria reagiu com irritação a uma pergunta de um jornalista sobre se planejava "fazer as pazes" com Zelensky, após as divergências causadas pela sua visita a Moscou assim que assumiu o cargo de presidente rotativo da UE.
"Temos um bom relacionamento, do que você está falando?", disse Orbán ao repórter.
"O diálogo é realmente importante.
Se não
houver diálogo não há possibilidade de paz", acrescentou,
defendendo a sua viagem à Rússia para ver Putin.
Além disso, o primeiro-ministro húngaro teceu elogios à sua
homólogo italiana, Giorgia Meloni, com quem partilha o espaço da
extrema-direita europeia, mas de quem se distanciou formando um
novo grupo parlamentar. Ela também apoia firmemente Kiev e
rejeita qualquer aproximação com Putin.
"Meloni é minha 'irmã cristã'. No início, esta relação não tinha
um papel importante na política europeia, mas agora juntos
podemos abrir uma nova era", enfatizou.
Segundo Orbán, "ter as mesmas bases culturais desempenha um
papel mais importante do que no passado" e Giorgia Meloni "não é
apenas uma colega política, mas uma 'irmã cristã', um conceito
que tem um significado político fundamental para a Hungria" e
"também para a Itália". "Este aspecto cultural da política
regressará à Europa como deveria ser".
Migração -
Por fim, ele referiu-se a uma das questões que unifica a extrema
direita europeia, que é a crise migratória. "A imigração está a
desintegrar cada vez mais a estrutura europeia e seria muito
melhor conceder a opção de optar por sair aos países da UE que
não querem seguir a política comum, em vez de forçá-los a
permanecerem juntos", afirmou.
Para Orbán, "há um problema grave na Itália e em muitos países"
que "decidiram deixar entrar muitos imigrantes" e agora têm
"dificuldades em gerir a coexistência", ao contrário da Hungria,
que "nunca os deixou entrar".
Desta forma, as decisões que devem ser tomadas pertencem "à
soberania nacional". Em sua declaração, o húngaro criticou a
Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen.
"A Comissão Europeia provou ser um fracasso em termos de
competitividade da economia europeia, de imigração e de parar a
guerra", disse ele.
"Quando falo da competitividade da Europa, refiro-me, antes de
mais, a reconsiderar o Acordo Verde, porque agora está a ser
gerido contra a comunidade empresarial e a lógica e os
interesses das empresas europeias", concluiu, referindo-se ao
plano de transição verde para a Europa.
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