Um mês após as eleições na Venezuela, a oposição liderada por Maria Corina Machado e pelo candidato presidencial Edmundo González Urrutia reúne nesta quarta-feira (28) uma multidão no centro de Caracas para protestar contra a reeleição de Nicolás Maduro no pleito de julho.
A manifestação começou conforme programado, ao meio-dia local, com os simpatizantes da Plataforma Democrática Unida (Pud) entoando cantos de protesto contra o chavismo e a "fraude" organizada pelo governo e confirmada pelas autoridades eleitorais e pelo poder judicial do país.
A multidão também reivindicou a vitória do candidato opositor a Maduro em uma votação marcada pela suspeita de fraude, em decorrência da falta de publicação das atas eleitorais.
Em uma publicação nas redes sociais, González Urrutia afirmou que "a verdade prevalecerá" e destacou que, a cada dia que passa, a voz do povo "torna-se mais forte", assim como a "nossa luta". "Venezuelanos, estamos fazendo história. Sei que estes últimos 30 dias foram difíceis, mas também foram uma prova à nossa unidade e determinação", escreveu ele, acrescentando que a oposição conseguirá "uma transição ordenada, em paz e com garantias para todos, porque a verdade prevalecerá".
Por sua vez, Corina Machado voltou a atacar o governo venezuelano e revelou que, nas quatro semanas que se seguiram às eleições presidenciais, testemunhou a repressão mais brutal: o terrorismo do Estado.
Segundo ela, "mais de 2,5 mil pessoas foram detidas, incluindo 150 crianças entre 13 e 14 anos presas e sequestradas pelo governo de Maduro" sob a acusação de terrorismo.
Hoje, o representante dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA), embaixador Francisco Mora, afirmou que "o governo de Nicolás Maduro desmantelou as instituições democráticas, não respeitou os direitos humanos e instalou um clima de medo" no país.
A declaração foi dada durante sessão extraordinária convocada para tratar do tema das violações dos direitos humanos na Venezuela.
Segundo Mora, "a situação na Venezuela atingiu um novo ponto de inflexão" e "a decisão do Supremo Tribunal que proclamou a vitória de Maduro representa uma clara negação da vontade do eleitorado que se manifestou a favor da mudança". "É a mais recente atrocidade cometida pelo governo chavista", concluiu ele.
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