(ANSA) - Nos e-mails de denúncia à associação italiana de defesa dos direitos dos consumidores Codacons, os compradores do pandoro Balocco “Pink Christmas”, com a marca de Chiara Ferragni, se disseram “traídos e enganados”.
Diante da grife da mega influenciadora italiana, e da indicação de que o valor das vendas seria revertido à caridade, os consumidores pagaram nove euros (R$ 48), em vez dos costumeiros quatro (R$ 21).
Diante de cerca de 255 relatos, o Codacons selecionou os mais relevantes e detalhados para enviar ao Ministério Público de Milão, que investiga a influenciadora e a empresa.
Com a controvérsia, Ferragni já sofreu graves danos com sua imagem e perdeu contratos, além de ter sido multada em um milhão de euros (R$ 5,3 milhões), mas afirma ter agido em boa fé e, após o escândalo, doou o valor do cachê que recebeu para assinar o doce natalino.
Embora a propaganda levasse a acreditar que o valor das vendas iria ao Hospital Regina Margherita, em Turim, a empresa fez, na verdade, uma doação única de 50 mil euros antes do início das vendas.
"Compramos o pandoro porque nossa recém-nascida foi tratada no Regina Margherita", escreveu uma mulher.
"No ano passado, compramos um pandoro. Apesar de nossos recursos econômicos limitados e do preço não ser baixo, ainda assim parecia uma boa iniciativa para ajudar quem é menos afortunado que nós. Agora nos sentimos traídos e enganados, porque para nós foi uma despesa que fizemos com o coração", disse outra.
Outra consumidora relatou: “Comprei 15 pandoros (burra) como presentes de Natal para primas e amigas. Fazer piada e ganhar dinheiro com a sorte dos menos afortunados é terrível, acredito que deveriam reembolsar além do custo do pandoro, também os danos morais".
Outro consumidor teve um prejuízo ainda maior: “No Natal de 2022, enganado pela publicidade da senhora Ferragni, comprei cerca de 30 pandoros para todos os amigos e minha família, convencido de que a diferença entre o preço padrão e o preço aplicado ia para o hospital pediátrico".
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