(ANSA) - Um juiz da Suprema Corte de Londres condenou nesta sexta-feira (15) a Mirror Group Newspapers (MGN), editora dos tabloides "Daily Mirror", "Sunday Mirror" e "Sunday People", em uma ação aberta pelo príncipe Harry.
O esposo da ex-atriz americana Meghan Markle acusa as publicações de terem "recolhido ilegalmente informações" em relação a 33 histórias escritas ao longo dos anos sobre a sua vida privada, após grampear seu telefone entre 2006 e 2011.
A condenação foi feita pelo juiz Timothy Fancourt, que concluiu que a editora deve pagar uma indenização de 140,6 mil libras para Harry, o primeiro membro da família real britânica a comparecer como testemunha no tribunal em 130 anos no julgamento de junho.
O magistrado acusou o tabloide de ter recorrido a escutas telefônicas ilegítimas a partir de 1995 e 1996, quando o segundo filho do rei Charles III e Diana tinha apenas 11-12 anos, e depois "extensa e habitualmente" após 1998.
Além disso, afirmou que a editora MGN encobriu essas práticas e acusou abertamente o ex-CEO Sly Bailey de ter "fechado os olhos" aos abusos e violações de privacidade atribuídos a diretores, repórteres ou redações.
Piers Morgan, ex-diretor do Mirror e atual apresentador da Talk TV, emissora do grupo Murdoch, protagonista de polêmicas venenosas contra Harry e Meghan, também esteve envolvido.
Durante a audiência, a defesa dos jornais negou o mérito das acusações como sendo "resultado de inferências" ou em qualquer caso "tardias". Mas Fancourt reconheceu como "provada" a recolha ilegal de informações sobre o príncipe em pelo menos 15 dos 33 artigos denunciados.
Após a decisão, a MGN emitiu uma breve nota na qual "pede desculpas sem reservas pelos casos em que ocorreram atos ilícitos" definidos como "históricos - e, portanto não relacionados ao comportamento atual, segundo a empresa -, assumindo "total responsabilidade" e garantindo que ele já autorizou o pagamento da "compensação adequada".
Por sua vez, o príncipe Harry disse estar feliz por "matar o dragão" após sua vitória na justiça britânica contra o editor do Daily Mirror. "À luz da vitória de hoje e da importância de fazer o que é necessário para uma imprensa livre e honesta, é um preço que vale a pena pagar", afirmou ele em mensagem lida por seu advogado David Sherborne.
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