O general italiano Roberto Vanacci, que ganhou notoriedade no país por ter lançado um livro com teorias homofóbicas e racistas, afirmou nesta segunda-feira (13) que estima a jogadora de vôlei Paola Egonu.
Em sua carta aberta para a atleta, o militar afirmou que sua publicação, alvo de várias denúncias nos últimos meses, não tem qualquer intenção de ofender.
"Acredito que a diversidade e as diferenças de religião, cultura, origens e etnia representam um trunfo para a sociedade e não devem ser discriminadas. Nunca tive dúvidas sobre a sua cidadania italiana e estou convencido de que representa a nossa bandeira com excelência", escreveu Vanacci, candidato da Liga para as eleições europeias.
A mensagem do general foi publicada alguns meses depois de Egonu ter denunciado Vanacci sobre as "características somáticas" de um atleta contidas em seu polêmico livro. O Ministério Público de Lucca havia pedido o arquivamento do caso, mas a defesa da jogadora se opôs.
"Ela, de fato, é muito italiana. Uma pessoa que, embora de origens diferentes, optou por representar o nosso país. A sua diversidade, comparada com as evidentes características somáticas da maioria da população italiana, é uma riqueza, um recurso e uma peculiaridade que a distingue e a honra. Eu a estimo como italiana e atleta", acrescentou.
Vanacci ainda deixou em aberto a possibilidade de ter um "encontro amigável" com Egonu em um futuro próximo, tanto que até admitiu que vai pedir um autógrafo.
Chamado frequentemente de "antigay", o militar se tornou conhecido por ter publicado o controverso "Il mondo al contrario" ("O mundo do avesso", em tradução livre).
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA