Diversos países da União Europeia se posicionaram nesta quarta-feira (8) contra as ameaças do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de organizar uma ação militar para assumir o controle da Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca.
Jean-Noel Barrot, ministro das Relações Exteriores da França, excluiu a possibilidade de o bloco europeu permitir que outras nações "violem as fronteiras soberanas". Já Sophie Primas, porta-voz do governo, declarou que o posicionamento do magnata republicano é uma "forma de imperialismo".
Outro Estado-membro do bloco que se posicionou sobre a questão foi a Alemanha. Citando a Carta das Nações Unidas, o governo de Berlim mencionou que as "fronteiras não podem ser alteradas pela violência".
A Dinamarca, envolvida diretamente no fogo cruzado entre Trump e Groenlândia, disse que a situação não abriu uma crise de política externa. O ministro das Relações Exteriores de Copenhague, Lars Lokke Rasmussen, comentou que o país está "aberto ao diálogo" com Washington, principalmente sobre a cooperação no Ártico e a proteção dos interesses americanos na região.
O secretário de Estado cessante dos EUA, Antony Blinken, declarou que a anexação da Groenlândia mencionada pelo presidente eleito do país, Donald Trump, "não acontecerá".
A Comissão Europeia, através de sua porta-voz, não quis se aprofundar muito na questão sobre a Groenlândia, mas defendeu que a soberania dos países "deve ser respeitada".
Bruxelas também não viu com bons olhos o pedido de Trump para que os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentem os seus gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB). O republicano avaliou que as nações pagam pouco pela proteção americana.
"Não temos esta meta de gastos na UE. É claro, no entanto, que a ameaça da Rússia nos empurra a fazer mais, mas não é apenas uma questão de quanto gastamos, mas de como gastamos", declarou o poder Executivo da União Europeia.
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