(ANSA) - A Agência Espacial Europeia (ESA) incluiu um projeto para a detecção de ondas gravitacionais em uma restrita lista de experimentos que podem ser realizados na Lua nos próximos anos.
A missão "Soundcheck" é liderada por institutos de pesquisa da Itália e buscará melhorar a compreensão da estrutura interna do satélite natural, explorar o ambiente geofísico em uma região de sombra permanente e obter as primeiras observações de ondas gravitacionais no astro.
Entre as entidades que participam do projeto estão o Instituto de Ciências do Gran Sasso, o Instituto Nacional de Astrofísica e o Instituto Nacional de Física Nuclear, todos eles na Itália.
O "Soundcheck" pretende demonstrar a viabilidade tecnológica da "Lunar Gravitational-Wave Antenna" (LGWA), experimento revolucionário para transformar a Lua em uma enorme antena para detecção de ondas gravitacionais, perturbações no tecido do espaço-tempo provocadas por eventos cósmicos violentos envolvendo corpos superdensos, como buracos negros e estrelas de nêutrons.
Previstas na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, as ondas foram detectadas pela primeira vez em 2015, por um observatório nos Estados Unidos, mas a Lua poderia ser mais adequada para esse tipo de trabalho, uma vez que possui algumas das regiões mais tranquilas do nosso Sistema Solar.
Para detectar ondas gravitacionais, os observatórios precisam ser construídos em lugares isolados, altamente estáveis e com pouca interferência humana e sísmica, já que a simples movimentação em uma rodovia, por exemplo, pode atrapalhar as medições.
Atualmente, o projeto LGWA trabalha no desenvolvimento de sensores de vibração de alta precisão para a Lua, um desafio tecnológico imenso. A iniciativa reúne quase 200 membros de 18 países e é guiada pelo professor Jan Harms, do Instituto de Ciências do Gran Sasso.
Em parceria com a Nasa, a ESA planeja fazer um pouso tripulado na Lua em 2025, na missão Artemis 3, para depois estabelecer uma presença humana de longo prazo no satélite natural. (ANSA)
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