O líder indígena Raoni Metuktire, da etnia Kayapó, foi ovacionado nesta sexta-feira (17), no Vaticano, ao fazer um apelo pela proteção da Amazônia durante discurso na cúpula internacional convocada pelo papa Francisco para discutir as mudanças climáticas.
Segundo o cacique, a dramática emergência que afeta a Amazônia "não é a primeira, mas é certamente a mais perigosa para a sobrevivência dos povos indígenas que ali vivem" e, em última análise, "para o futuro de toda a humanidade".
Em seu pronunciamento no encontro promovido pela Pontifícia Academia de Ciências, intitulado "Da Crise Climática à Resiliência Climática", Raoni explicou que há muitos anos seu pai lhe contou sobre "épocas em que o povo Kayapó", ao qual pertence, "foi quase exterminado pelo fogo e pela água".
"Parece-me que esta situação está acontecendo de novo não só para o meu povo, mas também para vocês, brancos. E se há muitos anos conseguimos sobreviver, acredito que hoje ninguém conseguirá sobreviver sozinho se não houver acordo entre nós e vocês", acrescentou ele com o seu inseparável cocar de penas amarelas.
O líder indígena que há décadas está envolvido na defesa da Amazônia destacou ainda que seu povo não está acostumado a usar dinheiro e não usaria se não fosse necessário. "Mas tudo o que vocês nos pedem pelas nossas terras indígenas só pode ser feito com dinheiro, que só vocês têm", afirmou.
Por fim, Raoni fez um apelo, aplaudido de pé pelos presentes, a "aqueles que puderem conscientizar as classes políticas sobre o drama ambiental e as importantes medidas a serem adotadas e que não podem ser adiadas".
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