De Estocolmo a Buenos Aires, de Praga a Gênova, de Paris a Londres, os cemitérios, onde descansam pessoas ilustres, transformaram-se em destinos turísticos, como museus ao ar livre, onde obras de arte podem ser admiradas e testemunhos do passado, cheios de encanto e sugestões, são descobertos.
E na Itália não é diferente. Em Gênova, fica o Cemitério Monumental de Staglieno. Bastaria dizer que lá estão os túmulos de Giuseppe Mazzini, Fabrizio De André, Fernanda Pivano e Edoardo Sanguineti, mas o cemitério também é uma joia pela sua posição no morro e pelas esculturas e obras de arte que abriga em seu jardins, projetados pelo arquiteto Carlo Barabino.
Entre os destaques está o "Anjo de Giulio Monteverde", além de uma cópia do Pantheon.
Já em Roma, é possível visitar o Cemitério Monumental de Verano e o Cemitério Protestante. O primeiro é um verdadeiro museu a céu aberto, onde estão enterrados, entre outros, Vittorio Gassman, Alberto Sordi, Sibilla Aleramo, Trilussa, Giuseppe Ungaretti, Gianni Rodari, Alida Valli, Maria Montessori, Ettore Petrolini, Rino Gaetano, Ferruccio Amendola e Nanni Loy.
Em Testaccio, porém, existe um oásis de paz eterna que nem todos conhecem: o Cemitério Protestante. Neste, entre prados e muitos gatos, estão os túmulos de Antonio Gramsci, Percy Shelley, Carlo Emilio Gadda, Luce d'Eramo e Dario Bellezza. Inesquecível é a lápide de John Keats, com a inscrição: "Aqui jaz alguém cujo nome foi escrito na água".
Por sua vez, Milão abriga o Cemitério Monumental, inaugurado em 1866. Lá estão, entre outros, os ilustres túmulos de Alessandro Manzoni, Arturo Toscanini e Giorgio Gaber.
Grandes reproduções de templos gregos e egípcios são cercadas por esculturas de arte moderna criadas por artistas como Giò Ponti, Arturo Martini, Lucio Fontana e Giò Pomodoro.
Em Veneza, o Cemitério de São Michele é uma verdadeira ilha para onde os mortos eram levados em gôndolas funerárias, criadas quando, durante a ocupação austríaca, era proibido enterrar os falecidos sob a calçada no centro da cidade como ocorria até o século 19.
O Cemitério das Portas Santas de Florença circunda a Basílica de San Miniato al Monte, onde existia um pequeno cemitério muito antigo, documentado por uma inscrição datada de 417 d.C.
Já em Bolonha, existe o Cemitério Monumental della Certosa, construído a partir do século 14 e encerrado por Napoleão com o famoso Édito de Saint-Cloud, em 1804, que determinava que as pessoas fossem enterradas fora dos terrenos das igrejas, o que foi tomado como lei em diversos países.
Reaberto no início do século 20, o cemitério foi, ao longo do século 18, uma parada do Grand Tour dos jovens europeus. Nele Giosuè Carducci descansa ao lado de Ottorino Respighi e Lucio Dalla.
O Cemitério delle Fontanelle, no coração de Nápoles, no bairro Sanità, está escavado na rocha amarela do morro Materdei. Lá, as mulheres da cidade adotaram uma caveira (o capuzzella) e rezaram para que o falecido anônimo (alma "pezzentella" por ter sido abandonada) passasse do Purgatório para o Paraíso.
Enquanto isso, na Sicília estão o Cemitério de Sant'Orsola de Palermo e o Monumental Gran Camposanto de Messina. O padre Pino Puglisi e Giovanni Falcone descansam em Sant'Orsola, também conhecida como Camposanto di Santo Spirito.
Outro verdadeiro tesouro de memórias e arte é o "Grande Cemitério de Messina", rico em arquitetura neoclássica e Art Nouveau.
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