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'É preciso desarmar a Terra', diz papa Francisco em carta

'É preciso desarmar a Terra', diz papa Francisco em carta

Pontífice alertou que guerras devastam comunidades e ambiente

ROMA, 18 de março de 2025, 08:42

Redação ANSA

ANSACheck
Homenagens ao papa Francisco diante do Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Homenagens ao papa Francisco diante do Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Internado há mais de um mês para tratar uma pneumonia bilateral, o papa Francisco escreveu uma carta na qual faz um apelo em defesa do desarmamento da Terra e alerta que as guerras servem apenas para "devastar comunidades e o meio ambiente".


    O texto, datado de 14 de março, foi enviado ao diretor do jornal italiano Corriere della Sera, Luciano Fontana, que havia mandado uma mensagem de solidariedade ao pontífice de 88 anos por conta do problema de saúde.


    "Caro diretor, gostaria de agradecê-lo pelas palavras de proximidade com que você buscou se fazer presente neste momento de doença, no qual, como já pude dizer, a guerra parece ainda mais absurda", diz o Papa na carta.
    "A fragilidade humana, de fato, tem o poder de nos tornar mais lúcidos em relação ao que dura e ao que passa, ao que faz viver e ao que mata. Talvez por isso, muitas vezes tendemos a negar os limites e a evitar pessoas frágeis e feridas: elas têm o poder de colocar em discussão a direção que escolhemos como indivíduos e como comunidades", acrescenta.
    No texto, Francisco ressalta que é preciso "desarmar as palavras, para desarmar as mentes e desarmar a Terra", declaração que chega em meio ao projeto da União Europeia para reativar sua indústria de defesa e reforçar o poder militar do bloco diante da Rússia.
    "Existe uma grande necessidade de reflexão, de calma, de senso de complexidade. Enquanto a guerra não faz nada além de devastar as comunidades e o meio ambiente, sem oferecer soluções para os conflitos, a diplomacia e as organizações internacionais necessitam de nova vida e credibilidade", afirma.
    Segundo o pontífice, as religiões podem "reacender o desejo de fraternidade e justiça e a esperança de paz". "Tudo isso exige comprometimento, trabalho, silêncio, palavras. Sintamo-nos unidos neste esforço, que a graça celeste não deixará de inspirar e acompanhar", conclui Jorge Bergoglio.
    O Papa está internado no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, desde 14 de fevereiro para tratar uma pneumonia nos dois pulmões. Apesar dos sinais de melhora registrados nos últimos dias, ainda não há previsão de alta.
   
   

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