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Cardeal brasileiro critica falta de decisão sobre padres casados

Cardeal brasileiro critica falta de decisão sobre padres casados

Religioso participa do Sínodo dos Bispos no Vaticano

VATICANO, 15 de outubro de 2024, 12:11

Redação ANSA

ANSACheck
Arcebispo de Manaus falou sobre Sínodo da Amazônia © ANSA/EPA

Arcebispo de Manaus falou sobre Sínodo da Amazônia © ANSA/EPA

O cardeal brasileiro Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, disse nesta terça-feira (15) que a falta de decisão sobre a proposta para ordenar padres casados no Sínodo da Amazônia, em 2019, causou uma "certa decepção".
    Durante coletiva de imprensa sobre o Sínodo da Sinodalidade, que acontece no Vaticano até o próximo dia 27 de outubro, o religioso enfatizou que o papa Francisco "não encerrou a questão".
    "Temos mil comunidades e 172 sacerdotes. Como podemos trabalhar com toda a comunidade? Não se trata apenas da Eucaristia, mas da vida sacramental da comunidade", declarou Steiner.
    O cardeal de Manaus destacou que, "em algumas culturas, o celibato", obrigatório para a ordenação sacerdotal, "é uma grande dificuldade" e, portanto, é preciso "continuar a falar sobre este ponto", porque até agora não foram tomadas "medidas suficientes".
    No entanto, para ele, "o Papa terá capacidade de avançar" sobre o assunto.
    Steiner enfatizou ainda que gostaria "que algumas comunidades mais distantes pudessem celebrar alguns sacramentos, como o batismo, mesmo que não haja padres".
    Além disso, reforçou que as mulheres que levam adiante a fé na região amazônica, "para nós, são diáconos em todos os aspectos", especificando que não se refere à sua ordenação formal sobre a qual a Igreja Católica não tomou uma decisão.
    "O papel da mulher na Amazônia é essencial. Vivemos sem presbíteros há mais de 100 anos e as comunidades continuaram a avançar, a rezar, e as mulheres são essenciais para trazer a vida das comunidades adiante", disse.
    Por fim, explicou que "existe uma comissão de estudo sobre o diaconado feminino, recordando que "já estava presente" na Igreja primitiva. "Por que não reinstituir o diaconado para as mulheres? A missão das mulheres na Igreja é fundamental. Não é uma questão de gênero, é uma questão de vocação", concluiu.
    No Sínodo da Amazônia, estava em discussão uma proposta que previa a extensão do sacerdócio aos chamados "viri probati", homens casados, de fé comprovada e capazes de administrar espiritualmente uma comunidade de fiéis.
    Um relatório de bispos de língua portuguesa pediu explicitamente que Francisco aceitasse homens casados como padres, "preferivelmente indígenas, respeitados e reconhecidos por sua comunidade, ainda que já tenham uma família.
    Um dos principais desafios para o catolicismo na Amazônia é a escassez de padres, o que faz com que muitos fiéis não recebam os sacramentos que estão na base da religião, como a comunhão.
   
   

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