(ANSA) - O papa Francisco fez um apelo nesta quarta-feira (31) para que "o grito de dor das vítimas de guerras", como as da Ucrânia e do Oriente Médio, "toque os corações dos líderes das nações e inspire planos de paz".
No final da audiência geral no Vaticano, o Pontífice destacou a "crueldade" e as "vítimas indefesas" dos conflitos que afetam milhões de pessoas, ao recordar do "Dia Nacional das Vítimas Civis da Guerra", celebrado na Itália no próximo dia 1º de fevereiro.
"Em memória daqueles que morreram nas duas guerras mundiais, associamos agora também os muitos, demasiados, civis, vítimas desarmadas das guerras, que infelizmente ainda sangram o nosso planeta, como acontece no Oriente Médio e na Ucrânia", afirmou.
"Que o seu grito de dor toque os corações dos líderes das nações e inspire planos de paz", acrescentou o argentino.
Perante milhares de fiéis, Jorge Bergoglio enfatizou que, "quando se lê as histórias destes dias de guerra, há tanta crueldade, muita", e pediu "ao Senhor uma paz que seja sempre gentil, não cruel".
Além disso, abordou o pecado e vício da "ira", propondo uma "arte do perdão", que trave a violência, mas afirmou que existe também uma "santa indignação", especialmente diante da injustiça.
"Às vezes é bom que a raiva seja desabafada da maneira certa. Se uma pessoa nunca se irrita, se uma pessoa não se indigna diante de uma injustiça, se diante da opressão de uma pessoa fraca ela na sente algo tremendo em suas entranhas, isso significaria que essa pessoa não é humana, muito menos cristã", explicou.
De acordo com o Santo Padre, "há uma santa indignação que não é raiva" e até Jesus, que nunca respondeu ao mal com o mal, sentiu este sentimento.
"Cabe a nós, com a ajuda do Espírito Santo, encontrar a medida certa das paixões. Educá-las para que se voltem para o bem e não para o mal", concluiu ele, ressaltando que todos são pecadores e, por isso, todos "precisam de aprender a perdoar para serem perdoados".
Por fim, Francisco recordou a celebração em memória de São João Bosco, que ajudou muitos jovens nas suas dificuldades, "educando-os na fé e formando-os nas diferentes ciências e profissões, para um futuro melhor, no qual a humanidade possa desfrutar de paz, fraternidade e tranquilidade".
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