(ANSA) - O papa Francisco cobrou nesta quarta-feira (24) a necessidade de uma regulamentação internacional da Inteligência Artificial (IA) para evitar que a tecnologia seja usada de forma distorcida.
"Já entendemos a ambivalência ao vivenciar em primeira mão, ao lado das oportunidades, também os riscos e as patologias. É importante ter a possibilidade de compreender e regulamentar ferramentas que, em mãos erradas, podem abrir cenários negativos", analisou o religioso.
"Como tudo o que vem da mente e das mãos do homem, os algoritmos não são neutros. Portanto, é necessário agir preventivamente, propondo modelos de regulação ética para conter as implicações prejudiciais, discriminatórias e socialmente injustas", acrescentou.
Além de alertar sobre os riscos da IA, o líder da Igreja Católica falou dos problemas provocados pelas "deep fakes", que é a criação de vídeos e áudios falsos por meio da tecnologia. O pontífice até recordou que foi alvo de fotos não verdadeiras dele usando um moderno casaco e andando de moto.
"A simulação, que está na base destes programas, pode ser útil em alguns campos específicos, mas torna-se perversa ao distorcer a relação com os outros e a realidade", disse Francisco.
Por fim, o religioso declarou que é o homem quem decide como usar e desenvolver a Inteligência Artificial e lançou uma reflexão para os fiéis.
"Cabe ao homem decidir se deve se tornar alimento para os algoritmos ou nutrir seu coração com liberdade, sem a qual não poderá crescer em sabedoria", disse.
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