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Ataques a civis são 'crimes de guerra', diz Papa

Ataques a civis são 'crimes de guerra', diz Papa

Francisco cobrou fim de conflitos em Gaza e na Ucrânia

VATICANO, 08 janeiro 2024, 08:01

Redação ANSA

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Papa Francisco celebra Angelus no Vaticano - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - O papa Francisco afirmou nesta segunda-feira (8), em discurso ao corpo diplomático no Vaticano, que os ataques a civis são "crimes de guerra" e citou os exemplos dos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

Em seu pronunciamento, o líder da Igreja Católica declarou que as guerras modernas "não acontecem apenas nos campos de batalha nem dizem respeito somente aos soldados".

"Em um contexto no qual parece não ser mais observado o discernimento entre alvos militares e civis, não há conflito que não acabe de qualquer maneira por atingir indiscriminadamente a população civil", afirmou o Papa aos diplomatas.

"Os acontecimentos na Ucrânia e em Gaza são a prova evidente disso. Não podemos esquecer que as violações graves do direito internacional humanitário são crimes de guerra e que é necessário evitá-las", acrescentou Francisco, cobrando mais "empenho" da comunidade internacional.

"Talvez não percebamos que as vítimas civis não são 'danos colaterais'", disse.

Jorge Bergoglio também aproveitou a ocasião para reforçar o apelo em defesa de um cessar-fogo na Faixa de Gaza e da libertação de todos os reféns do grupo fundamentalista Hamas, embora sem citar o grupo nominalmente. Além disso, cobrou o acesso de palestinos a ajudas humanitárias e que hospitais, escolas e lugares de culto "tenham toda a proteção necessária".

Em seguida, afirmou que é preciso "pôr fim à tragédia em curso" na Ucrânia. "Não se pode deixar prolongar um conflito que se agrava cada vez mais, em detrimento de milhões de pessoas", ressaltou.

No mesmo discurso, Francisco ainda expressou preocupação com "o aumento dos atos de antissemitismo verificado nos últimos meses" e com o "crescimento da perseguição aos cristãos", bem como com os focos de tensão nas Américas.

"Ainda que não existam guerras abertas nas Américas, há fortes tensões entre alguns países, como Venezuela e Guiana, e fenômenos que, em outros, como o Peru, comprometem a harmonia social e enfraquecem as instituições democráticas. Também levanta preocupação a situação da Nicarágua, uma crise que se prolonga no tempo com dolorosas consequências para toda a sociedade, especialmente para a Igreja Católica", alertou. (ANSA)

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