(ANSA) - Após a confirmação do Vaticano, com o aval do papa Francisco, da possibilidade de padres e bispos abençoarem casais homoafetivos, desde que a prática não seja confundida com o casamento, o bispo de Passau, na Alemanha, afirmou que a prática não contradiz os ensinamentos da Igreja.
Em um pronunciamento publicado pelo Osservatore Romano, o monsenhor Stefan Oster expressou sua gratidão pela nova Declaração do Dicastério para a Doutrina da Fé: "Em muitos aspectos, pode nos auxiliar nos debates polarizados sobre esse tema”.
“Há dois anos, na diocese de Passau, inaugurei um novo escritório para o cuidado espiritual de pessoas queer [termo geral para minorias em orientação sexual e identidade de gênero]. Como Igreja Católica, frequentemente temos uma grande falta de compreensão no caminho pastoral com essas pessoas e, com muita frequência, quase nenhuma habilidade de comunicação no cuidado espiritual”, relatou.
“Agora, o campo para o caminho pastoral comum torna-se mais amplo. Uma oração pela bênção de Deus e Sua benevolência no sentido da Igreja não precisa mais necessariamente contradizer a Igreja. E, nesse sentido, o novo documento sobre a bênção pode ser uma bênção para todos aqueles que, no cuidado espiritual, se empenham sinceramente no acompanhamento e, ao mesmo tempo, desejam permanecer fiéis à tradição da Igreja", disse o monsenhor.
Por outro lado, assim como já aconteceu em Nairóbi, no Quênia, bispos da Hungria se distanciaram do documento do Vaticano.
A Conferência Episcopal Húngara, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (27), indicou que é possível "abençoar todas as pessoas individualmente, independentemente de sua identidade de gênero e orientação sexual”.
“Mas devemos sempre evitar que isso ocorra para casais que vivem juntos de maneira irregular, em um casamento não reconhecido pela Igreja ou em uma união homossexual", diz o texto.
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