(ANSA) - O papa Francisco fez um apelo neste domingo (3) a todos os representantes religiosos presentes nos Emirados Árabes Unidos, por ocasião da 28ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP28, para que trabalhem juntos pela paz e em prol do ambiente.
Em mensagem de vídeo divulgada pela inauguração do Pavilhão da Fé em Dubai, o Pontífice destacou a urgência de agir em relação ao "drama climático", que é também um "drama religioso".
"Urge que as religiões, sem cair na armadilha do sincretismo, deem o bom exemplo de trabalharem juntas, não para os próprios interesses nem para os interesses de uma parte, mas para os interesses do mundo. Entre estes, os mais importantes são a paz e o clima", diz ele, que cancelou sua viagem por problemas de saúde.
Francisco celebra a inauguração do Pavilhão da Fé e fala em um "testemunho" do desejo de trabalhar em conjunto, além de ressaltar que o local "mostra que toda crença religiosa autêntica é fonte de encontro e de ação".
Este é o primeiro pavilhão do gênero na história das conferências da ONU sobre o clima e serve como uma plataforma global para promover o envolvimento religioso e o diálogo inter-religioso na implementação de medidas eficazes para enfrentar a crise climática.
O líder da Igreja Católica defende a criança de alianças "a favor de todos", destacando a importância de envolver figuras e líderes religiosos no desenvolvimento de estratégias para enfrentar os desafios globais, incluindo a busca da justiça ambiental.
Ele ainda apelou para que os representantes religiosos manifestem que "é possível uma mudança para testemunhar estilos de vida respeitosos e sustentáveis".
Além disso, disse que as religiões precisam guardar juntas a casa comum. "Preservai a criação, os pequenos e os pobres, cujas orações chegam ao trono do Altíssimo" "Pelo futuro, deles e de todos, salvaguardemos a criação e protejamos a casa comum, vivamos em paz e promovamos a paz", concluiu.
Em seu discurso na COP28, Francisco também faz referência às religiões como "consciência da humanidade".
"É importante encontrarmo-nos, mais além das nossas diferenças, como irmãos e irmãs em humanidade e sobretudo como crentes, para nos recordarmos a nós e ao mundo que, como peregrinos com a própria tenda nesta terra, somos obrigados a salvaguardar a nossa Casa Comum", escreve.
O Papa questiona respostas à crise climática que repetem os mesmos modelos econômicos e tecnológicos que a provocaram.
"É urgente agir em prol do ambiente, mas utilizar mais recursos econômicos não basta: torna-se necessário mudar o modo de viver e, por conseguinte, educar para estilos de vida sóbrios e fraternos", ressalta.
Assim como sua mensagem em vídeo, o discurso liga à defesa do ambiente à defesa da paz, como única forma de preservar a "casa comum" da humanidade.
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