(ANSA) - O enviado do papa Francisco a Moscou, cardeal Matteo Zuppi, discutiu com o regime de Vladimir Putin o caso das milhares de crianças ucranianas deportadas para a Rússia desde o início da guerra entre os dois países.
O tema foi abordado em um encontro entre Zuppi e o conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ter pedido ao Vaticano que ajudasse no retorno das crianças para casa.
"O encontro do cardeal com Ushakov ocorreu em uma atmosfera positiva. O tema principal foram os problemas humanitários ligados aos refugiados, incluindo os menores de idade", afirmou o arcebispo de Moscou, Paolo Pezzi, à agência estatal Tass.
Zuppi também se encontrou com Maria Llova-Belova, comissária russa para os direitos das crianças e que é alvo de um mandado de prisão por parte do Tribunal Penal Internacional (TPI) justamente por causa da deportação de menores de idade ucranianos.
Kiev estima que mais de 16 mil crianças tenham sido levadas para a Rússia à força, mas Llova-Belova nega as acusações. "Estou segura de que o amor e a misericórdia cristã ajudarão no diálogo e no entendimento mútuo", declarou a comissária.
Segundo o Kremlin, nenhum acordo foi fechado com o Vaticano até o momento. "Se for necessário, o diálogo continuará", disse o porta-voz do governo da Rússia, Dmitry Peskov.
O cardeal chegou em Moscou na última quarta-feira (28) e, nesta quinta (29), se reúne com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, que é aliado do regime Putin e já demonstrou apoio à invasão na Ucrânia.
Zuppi esteve em Kiev no início de junho, quando ouviu de Zelensky que uma eventual trégua com a Rússia "não levaria à paz". (ANSA)
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