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Sumiço de jovem no Vaticano completa 40 anos com novo inquérito

Sumiço de jovem no Vaticano completa 40 anos com novo inquérito

Família de adolescente fez apelo ao papa Francisco

VATICANO, 22 junho 2023, 15:30

Redação ANSA

ANSACheck

Emanuela Orlandi desapareceu em 22 de junho de 1983 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - O desaparecimento de Emanuela Orlandi, cidadã vaticana que sumiu em 22 de junho de 1983, aos 15 anos de idade, completa 40 anos nesta quinta-feira (22) em meio a mistérios e novas investigações.

Orlandi é filha de um funcionário da Santa Sé, cidadã do Vaticano e residia dentro dos muros do menor país do mundo, mas desapareceu, aos 15 anos, enquanto voltava para casa após uma aula de música em Roma.

O caso é o mais longevo da Itália e diversas hipóteses foram consideradas nas últimas décadas, desde crime comum até vingança contra seu pai ou contra o Vaticano.

O filme "A verdade está no céu" (2016), de Roberto Faenza, cogita que Orlandi tenha sido sequestrada por mafiosos e jogada em uma betoneira. Nenhuma das hipóteses, no entanto, foi confirmada pela Justiça.

Em novembro de 2022, o lançamento da série "A Garota Desaparecida do Vaticano", pela Netflix, reacendeu a atenção sobre o caso, e cartazes com o rosto de Orlandi voltaram a aparecer nas ruas de Roma.

Por ocasião do aniversário de 40 anos do desaparecimento de Orlandi, a advogada Laura Sgrò, representante legal da família, disse que os parentes da jovem desejam que o papa Francisco recorde o caso durante a oração do Angelus, no próximo domingo.

"O desejo da família é que o Santo Padre recorde com palavras de esperança no próximo domingo, durante o Angelus, Emanuela, uma de suas cidadãs desaparecidas há 40 anos. Será um gesto importante, de caridade, em pleno espírito evangélico, que colocaria fim a qualquer polêmica e fortaleceria a vontade de todos de buscar a verdade", declarou ela à ANSA.

Segundo o irmão da adolescente, Pietro Orlandi, "40 anos é muito tempo, mas a "atividade realizada pelo Vaticano é um primeiro passo". "Espero que a documentação fornecida ao Ministério Público de Roma seja relevante e que o Vaticano continue e colabore efetivamente com o próprio Ministério Público. Há muitas coisas a esclarecer, minha irmã merece a verdade e a justiça", ressaltou à ANSA.

Mais cedo, a Promotoria de Justiça do Vaticano informou que nos últimos meses recolheu todas as evidências disponíveis nas estruturas do Vaticano e da Santa Sé, buscando também confirmação por meio de conversas com os responsáveis por alguns escritórios na época do sumiço.

Além disso, examinou materiais, confirmando "algumas novas linhas de investigação dignas e mais aprofundada" e encaminhou toda a documentação ao Ministério Público de Roma para que prossigam na direção que decidirem mais adequada.

"A promotoria continuará sua atividade neste sentido nos próximos meses, próximo à dor da família de Emanuela e consciente do sofrimento que se sente pelo desaparecimento de um parente", acrescenta o comunicado do procurador-chefe do Vaticano, Alessandro Diddi, divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Diddi já havia anunciado que colaboraria com o procurador de Roma, Stefano Luciani para tentar esclarecer o ocorrido há 40 anos, depois que a Promotoria de Roma abriu sua terceira investigação sobre o caso em 15 de maio.

Os dois inquéritos anteriores foram abertos entre 1983 e 1997 e entre 2008 e 2015, ambos sem sucesso. Mesmo assim, a família de Orlandi continua pressionando pela verdade e realizou um apelo à primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

"A família Orlandi acredita que os ideais de verdade e justiça não têm cor política e não pertencem a nenhum partido, mas a todos os homens de boa vontade. Por isso, dirigem um apelo à premiê Giorgia Meloni, com a esperança de que possa contribuir, a respeito do cargo, na busca da verdade sobre o desaparecimento de Emanuela e ao mesmo tempo esclarecer todos os fatos que marcaram a Itália nestes 40 anos e ainda são obscuro", concluiu Sgrò à ANSA.
   

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