(ANSA) - Mais de 150 padres da Igreja Católica em Maryland, nos Estados Unidos, cometeram abusos sexuais contra ao menos 600 crianças ao longo de mais de 60 anos, revelou um relatório do procurador-geral local, Anthony Brown.
"De 1940 a 2002, mais de 100 padres cometeram abusos horríveis e repetidos contra as crianças de suas comunidades, enquanto a liderança da diocese fazia vista grossa", diz o documento de mais de 450 páginas divulgado pela imprensa norte-americana na última quarta-feira (5).
Segundo o texto, padres, seminaristas, diáconos, professores e outros membros da Igreja Católica dos Estados Unidos participaram de abusos praticados contra crianças que frequentavam as dependências. Ao todo, são 156 religiosos.
"Quando a negação se tornava impossível, a liderança da Igreja afastava os abusadores da paróquia ou da escola, às vezes com promessas de que não teriam mais contato com as crianças.
Documentos da Igreja revelam com clareza perturbadora que a Arquidiocese estava mais preocupada em evitar escândalos e publicidade negativa do que proteger as crianças", destacou um trecho.
De acordo com a investigação, determinadas paróquias foram utilizadas como bases de vários abusadores, que viveram e trabalharam nos locais entre 1964 e 2004.
"Jovens em algumas paróquias foram perseguidos por vários abusadores ao longo de décadas, e o clero usou o poder e a autoridade do ministério para explorar a confiança das crianças e famílias sob seus cuidados", acrescentou Brown.
O inquérito foi aberto na Pensilvânia em 2018 e, desde então, foram coletados "centenas de milhares de documentos". O primeiro relatório já havia revelado casos de abusos omitidos pela instituição e cometidos por mais de 300 "sacerdotes predadores" contra mil crianças.
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