(ANSA) - O papa Francisco se reuniu neste sábado (4) com cerca de 2,5 mil deslocados do Sudão do Sul e afirmou que o país africano está vivendo uma "tragédia humanitária" por conta do longo período de conflitos internos. Os cidadãos vivem atualmente em vários campos para refugiados por todo o território.
"Aqui perdura a maior crise de refugiados do continente com, ao menos, quatro milhões de filhos dessa terra deslocados. A insegurança alimentar e a desnutrição atingem dois terços da população - e as previsões falam de uma tragédia humanitária que ainda pode piorar mais", disse aos presentes.
No encontro, realizado no Freedom Hall, de Juba, o líder católico agradeceu o trabalho das Nações Unidas por meio da presença da vice-representante da ONU, Sara Beysoloy Nyanti.
"Você e muitos outros não ficaram parados só estudando a situação, agiram, mas ainda há muito por fazer", pontuou.
Em sua fala, o pontífice ressaltou que é preciso valorizar mais as mulheres porque "as mães, as mulheres são a chave para transformar o país".
"Se elas receberem as oportunidades justas, por meio de suas capacidades profissionais e suas atitudes em proteger a vida, elas terão a capacidade de mudar o rosto do Sudão do Sul e de dar-lhes um desenvolvimento sereno e coeso. Eu vos peço: a mulher deve ser protegida, respeitada, valorizada e honrada. Por favor, protejam, respeitem, valorizem e honrem cada mulher, menina, adolescente, jovem, adulta, mãe, avó porque sem isso, não há futuro", disse ainda.
Aos deslocados, o líder católico pediu para que eles sejam "sementes de um novo Sudão do Sul, para um crescimento fértil do país".
"São vocês que, com todas as suas etnias diferentes, são os que sofrem, mas que não querem responder o mal com mais mal. Vocês, que até agora sempre escolheram a fraternidade e o perdão, estão cultivando um amanhã melhor", acrescentou.
Ao fim do discurso, o Papa cobrou a comunidade internacional para ajudar o povo "que tanto sofre" no Sudão do Sul e voltou a pedir pela paz no país.
"Renovo com todas as minhas forças o meu mais acalorado apelo para cessar cada conflito, a retomar seriamente o processo de paz para que a violência chegue ao fim e as pessoas possam voltar a viver de uma forma digna. Só com a paz, a estabilidade e a justiça poderá haver desenvolvimento e reintegração social", disse ainda.
Durante todos os seus discursos e celebrações no Sudão do Sul, o papa Francisco cobrou que as autoridades iniciem processos de paz e de estabilização do mais jovem país do mundo.
O líder católico ainda cobrou que os direitos humanos dos cidadãos sejam respeitados e que chegue ao fim a corrupção e o tráfico de armas.
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