O Parlamento Europeu entregou nesta terça-feira (17) o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024 a María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, principais representantes da oposição na Venezuela.
Durante o evento, que aconteceu na cidade de Estrasburgo, na França, a presidente do Legislativo da UE, Roberta Metsola, destacou que os homenageados representam "os valores do Parlamento Europeu".
"O prêmio vai para eles por sua batalha para uma transição pacífica de poder. Eles encarnam os valores do Parlamento Europeu, a justiça, a democracia, a defesa da liberdade de pensamento, a resistência, a resiliência e uma coragem notável", afirmou Metsola em uma coletiva de imprensa.
"Eles [Machado e González] não representam apenas eles mesmos, mas milhões de venezuelanos que se manifestaram contra o regime de [Nicolás] Maduro", acrescentou a presidente, reforçando que "a luta pela liberdade nunca é em vão".
González, que foi reconhecido pelo Parlamento Europeu como presidente eleito da Venezuela, está exilado em Madri, na Espanha, desde setembro, após ser alvo de mandados de prisão emitidos pelo regime chavista.
"Os esforços para recuperar a democracia na Venezuela nunca são demais: tivemos tantos apoios, mas ainda sentimos que existe margem para levar esta batalha adiante, para fazer valer a vontade do povo que se expressou em grande maioria por um triunfo contundente", discursou o homenageado.
Já Machado, que segue em local desconhecido na Venezuela, participou do evento por videoconferência, no entanto, sua filha, Ana Corina Sosa, a representou na cerimônia.
"O Prêmio Sakharov reforça a luta pela liberdade e pela democracia: em nome do povo venezuelano, o recebemos com emoção", disse a líder da oposição no país sul-americano.
Segundo ela, o prêmio "é uma homenagem a todos os venezuelanos que decidiram viver, na prisão ou no exílio, prontos para elevar sua voz".
O Prêmio Sakharov é o mais importante reconhecimento entregue pelo Parlamento Europeu, que desde 1988 homenageia anualmente cidadãos ou organizações em sua luta pelos direitos humanos. Seu nome é uma homenagem ao físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov (1921-1989), vencedor do Nobel da Paz em 1975.
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