Os líderes dos Estados-membros da União Europeia se reúnem a partir desta quinta-feira (27), em Bruxelas, para discutir as indicações para os principais cargos do bloco, na esteira das eleições que marcaram um avanço da extrema direita no Europarlamento.
Informações de bastidores apontam um acordo entre conservadores, socialistas e liberais, que terão maioria na próxima legislatura, para manter a alemã Ursula von der Leyen (centro-direita) na Comissão Europeia, poder Executivo do bloco, e indicar o ex-premiê de Portugal António Costa (centro-esquerda) como presidente do Conselho Europeu e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas (centro), como alta representante da UE para Política Externa.
No entanto, o acordo enfrenta resistência da premiê da Itália, Giorgia Meloni, que lidera o grupo de direita Reformistas e Conservadores Europeus (ECR) e já criticou abertamente as negociações para designar Von der Leyen, Costa e Kallas.
O incômodo de Meloni se deve ao fato de as tratativas terem excluído o ECR, que conta com diversos partidos de extrema direita, como o espanhol Vox, e foi o grupo que mais cresceu nas eleições europeias de junho, passando de sexta para terceira força no Europarlamento, com 12,2% dos votos.
País fundador da UE, a Itália tem peso grande nas negociações e tenta garantir ao menos uma pasta de destaque na próxima Comissão Europeia. "Não há decisão sem a premiê Meloni", disse o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, aliado de Von der Leyen.
De acordo com o jornal Financial Times, Itália e França disputam uma vice-presidência de peso da Comissão Europeia, sobretudo nas áreas de política comercial, industrial e de concorrência. Por outro lado, os socialistas, segunda maior bancada no Parlamento Europeu, defendem a inclusão dos Verdes nas negociações, ideia rechaçada por Roma.
"Minha propensão [ao acordo] é favorável, mas sem qualquer abertura aos Verdes", disse o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani. (ANSA)
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