(ANSA) - O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, afirmou que a França não aprovará o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
A posição visa acalmar os ânimos dos agricultores e criadores de gado que têm protestado nas ruas do país nos últimos dias contra as políticas do governo de Emmanuel Macron.
"Como já anunciado pelo presidente Macron, a França é contra a assinatura do acordo com o Mercosul", disse Attal, durante uma reunião com os agricultores.
A França critica o acordo comercial porque a chegada de produtos da América do Sul, com uma redução quase total das tarifas de importação, ameaçaria o setor agrícola francês.
Por esse motivo, na última fase das negociações, a UE propôs a imposição de cláusulas ambientais pesadas como uma forma de “equilibrar” a competitividade dos países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
No entanto, as propostas foram rejeitadas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelos demais países do bloco, enquanto a França adotou uma posição cada vez mais rígida sobre a questão.
A UE e o Mercosul haviam chegado a um acordo preliminar em meados de 2019, mas os textos não foram assinados nem ratificados pelos respectivos parlamentos.
O retorno de Lula à presidência do Brasil, após o distanciamento causado em razão das políticas ambientais do governo de Jair Bolsonaro, havia criado esperança de um encerramento bem-sucedido do acordo ainda em 2023, o que não ocorreu.
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