(ANSA) - Manifestantes protestaram nesta quarta-feira (17) contra a premiê da Itália, Giorgia Meloni, e a presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, em Forlì, cidade da Emilia-Romagna afetada por graves inundações em maio passado.
Algumas dezenas de pessoas ignoraram a chuva fraca no município e, sob forte esquema de segurança, cobraram ajuda às populações afetadas pelas enchentes, que deixaram 17 mortos e provocaram danos de bilhões de euros ao sistema produtivo local, fortemente ancorado na agropecuária.
"Estamos vivendo há oito meses uma situação dramática. Temos dezenas de milhares de pessoas desesperadas e arruinadas que não receberam absolutamente nada. A reconstrução até agora foi feita apenas de anúncios", disse Gianni Fagnoli, expoente de uma organização que reúne vítimas das inundações.
"Isso podia ser considerado solidariedade seis meses atrás, não agora. Agora é apenas campanha eleitoral", acrescentou Fagnoli, em referência às eleições para o Parlamento Europeu no próximo mês de junho. "Estamos aqui para dizer que não serviremos de tapetinho para as passarelas delas", concluiu.
Ao chegar à Prefeitura de Forlì, Meloni foi recebida por gritos de "respeito". A reunião com Von der Leyen durou cerca de uma hora e serviu para discutir a utilização de fundos europeus em prol da Emilia-Romagna.
"O fato de Von der Leyen estar de novo aqui é um símbolo de grande seriedade, e todos os cidadãos devem agradecê-la", disse a premiê, acrescentando que os recursos da UE permitirão "realizar ações de saneamento ambiental, mas também de recuperação e requalificação".
Apenas a União Europeia deve destinar mais de 1 bilhão de euros (R$ 5,4 bilhões) para áreas afetadas por enchentes na Itália. "É muito tocante estar de novo aqui na Emilia-Romagna depois da devastação das enchentes. A UE sempre esteve do lado de vocês e continuará fazendo isso. Queremos ajudá-los a se levantar e a ser mais resilientes", afirmou Von der Leyen.
A presidente ainda culpou a crise climática pelo aumento da frequência de inundações. "Precisamos combater a mudança do clima com a prevenção. Aquilo que funciona para o clima também funciona para a economia", reforçou. (ANSA)
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