O novo líder da Síria, Abu Mohammed al-Jolani, elogiou os cristãos presentes no país e disse admirar o papa Francisco, líder da Igreja Católica.
A declaração foi dada pelo jihadista a Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa, que relatou o encontro ocorrido entre os dois no último dia 31 de dezembro, em Damasco, nas páginas do jornal "Osservatore Romano" divulgadas neste sábado (4).
"Não considero os cristãos sírios uma minoria, mas uma parte integrante e importante da história do povo sírio", declarou Jolani, aproveitando a oportunidade para expressar "antes de tudo sua grande admiração, estima e respeito pelo papa Francisco".
O líder jihadista reforçou que o Pontífice "é um verdadeiro homem de paz" e apreciou "seus apelos e suas ações em favor da paz e dos povos em dificuldade".
Além disso, Jolani disse que está trabalhando pela unidade e pela paz e esta é "nossa firme vontade". "Levará tempo, mas estou certo de que conseguiremos dar estabilidade política e social à Síria", garantiu.
Faltas define o novo líder da Síria como "disponível para um diálogo aberto e direto". No longo relato de sua viagem a Damasco, Idlib e Aleppo, o vigário perguntou a Jolani qual seria o futuro dos muitos sírios que fugiram da guerra, incluindo muitos cristãos.
"Estamos trabalhando para trazer de volta aqueles que tiveram que deixar a Síria. É nossa intenção trazer os sírios expatriados de volta para suas casas e os cristãos sírios retornarão para viver e professar sua fé na Síria", respondeu.
Sobre a situação social que encontrou ao chegar a Damasco, Jolani disse que "durante anos o povo sírio teve que sofrer as consequências da corrupção generalizada em vários níveis".
De acordo com ele, "os serviços essenciais para a vida da maioria das pessoas estavam faltando", incluindo os de desenvolvimento e crescimento para o país.
"Dissidentes foram presos e, nos piores casos, eliminados.
Visitamos prisões que não tinham nada de humano. O território sírio, rico em história e civilização antiga, foi quase completamente destruído. A divisão entre as pessoas levou a conflitos", concluiu o líder do grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que derrubou o ditador Bashar al-Assad.
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