O governo iraniano protestou nesta sexta-feira (3) contra a prisão de Mohammad Abedini Najafabadi, além de ter classificado a ação das autoridades italianas como "ilegal" e "em linha com os objetivos políticos hostis dos Estados Unidos".
Procurado pelas forças americanas por acusações de terrorismo, o engenheiro mecânico de 38 anos foi detido no mês passado no aeroporto de Malpensa, em Milão, após chegar de Istambul, na Turquia, e está atualmente atrás das grades na penitenciária de Opera.
A Procuradoria de Milão, chefiada por Francesca Nanni, rejeitou recentemente o pedido de liberdade condicional do suíço-iraniano alegando alto risco de fuga. Além disso, a Itália considera que a prisão da jornalista Cecilia Sala em Teerã pode ter sido uma retaliação da nação persa.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã, representado por Majid Nili Ahmedabadi, responsável pelos assuntos da Europa Ocidental da pasta, declarou em uma reunião com Paola Amadei, embaixadora italiana em Teerã, que espera que Roma "rejeite a política de reféns dos EUA e crie as condições para a libertação" de Najafabadi.
"Os americanos estão tomando iranianos como reféns em todo o mundo, impondo as suas leis a outros países. Isto não só prejudicará os laços entre Irã e Itália, mas é contra as leis internacionais", informou uma nota divulgada por Teerã, mencionada pela agência Irna.
Ainda segundo o Ministério das Relações Exteriores, o Irã convocou Amadei para conversar sobre a prisão da italiana Sala, ocorrida em 19 de dezembro, uma semana depois de a jornalista chegar na capital do país persa.
Os Estados Unidos defendem que Najafabadi forneceu os materiais necessários para a realização de um ataque de drones vinculado ao Irã contra tropas americanas na Jordânia. A ofensiva em questão deixou mortos.
Um documento de quatro páginas enviado pela Justiça americana foi encaminhado para os magistrados milaneses. Nele, o Irã alerta que Najafabadi é um indivíduo "perigoso".
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