O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta terça-feira (29) que está "muito preocupado" com a proibição da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (Unrwa) pelo Parlamento de Israel.
"A aprovação impediria, provavelmente, a agência de continuar seu trabalho essencial nos territórios palestinos ocupados, como ordenado pela Assembleia-Geral da ONU", disse Guterres, que ainda acrescentou que a lei israelense "poderia ter consequências devastadoras para os refugiados palestinos, o que é inaceitável".
O secretário-geral da ONU também convidou o governo de Benjamin Netanyahu "a agir de modo coerente com suas obrigações em relação ao Tratado das Nações Unidas e às obrigações com o direito internacional".
A opinião de Guterres é compartilhada tanto pela União Europeia quanto pela Itália. Uma porta-voz da Comissão Europeia, poder Executivo do bloco, lembrou que a prestação de serviços de saúde, educação e sociais da Unrwa atende milhões de pessoas não apenas em Gaza, mas também na Cisjordânia, Líbano, Síria e Jordânia.
Já o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou que o veto israelense às atividades da Unrwa "pode enfraquecer o papel da ONU [no Oriente Médio]".
"Lamentamos essa decisão, ainda que compreendamos alguns dos motivos que levaram ao veto: havia muitos militantes do Hamas que participaram do massacre de 7 de outubro [de 2023] entre os representantes da Unrwa, e espero que isso nunca mais ocorra", declarou Tajani.
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