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Assassinato de mulher que 'olhava as estrelas' choca Itália

Assassinato de mulher que 'olhava as estrelas' choca Itália

Moussa Sangare confessou ter matado Sharon Verzeni sem motivo

BERGAMO, 31 de agosto de 2024, 16:20

Redação ANSA

ANSACheck
Crime foi cometido em Terno d 'Isola, norte da Itália - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Crime foi cometido em Terno d 'Isola, norte da Itália - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Moussa Sangare, assassino confesso de Sharon Verzeni, 33, morta a facadas na noite de 30 de julho, em Terno d'Isola, foi interrogado pela Justiça da Itália neste sábado (31) e deu detalhes sobre um crime que chocou o país, sobretudo pela aparente falta de motivação.
    Segundo o depoimento de Sangare, 31 anos, ele deixou sua casa no município de Suisio, vizinho a Terno d'Isola, com a intenção de esfaquear uma pessoa aleatória.
    Durante o percurso, chegou a ameaçar dois adolescentes com uma faca, mas depois avistou Sharon e a perseguiu. "Ela olhava as estrelas e usava fones de ouvido", contou o homem.
    Após bloquear o caminho da vítima, Sangare a esfaqueou na altura do coração e desferiu outras três facadas no corpo dela, fugindo de bicicleta logo em seguida.
    De acordo com seu relato, ele ainda teria pedido "desculpas" a Sharon antes de matá-la e a ouvido gritar "Por quê? Por quê?". A mulher morreu logo após ter acionado o serviço de emergência, conseguindo dizer apenas: "Ele me esfaqueou".

Sharon Verzeni foi morta por Moussa Sangare no fim de julho

 
    Sangare é acusado de homicídio premeditado com o agravante de motivo fútil. Seu apartamento em Suisio estava repleto de garrafas de cerveja e sem eletricidade e água, em condições higiênicas que fariam qualquer um pensar que ninguém morava no local havia tempos.
    No mesmo prédio, vivem a mãe e a irmã do agressor, a quem elas já haviam denunciado por maus-tratos.
    O caso também ganhou contornos políticos, uma vez que Sangare é um filho de imigrantes marfinenses nascido em Milão e com cidadania italiana, no momento em que a oposição pressiona pela implantação do chamado "jus scholae".
    Esse princípio prevê a concessão de cidadania para filhos de imigrantes nascidos na Itália e que tenham concluído pelo menos 10 anos no sistema de ensino nacional.
    Atualmente, essas pessoas podem obter a cidadania apenas ao completar 18 anos, e desde que tenham vivido no país de forma ininterrupta desde seu nascimento.
    "Oh, finalmente os jornais dizem a nacionalidade de um criminoso. É italiano e se chama Moussa Sangare", escreveu no X o senador Claudio Borghi, do partido nacionalista Liga, ironizando o fato de o nome do assassino não ter origem italiana.
   

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