As Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram nesta quarta-feira (28) uma ampla operação militar na Cisjordânia ocupada, iniciativa que arrisca agravar o conflito no Oriente Médio e definida como "violação do direito internacional" pela ONU.
A ofensiva se concentra principalmente na área de Tulkarm, no norte do território palestino, mas as tropas israelenses também realizam atividades em Jenin e no campo de Al Fara, perto de Tubas.
Até o momento, pelo menos 10 palestinos morreram em tiroteios com militares de Israel ou em ataques com drones. O Exército também disse que diversos indivíduos foram presos.
A operação seria uma resposta à tentativa de atentado da semana passada em Tel Aviv, onde um homem identificado como Jaafar Mona, de Nablus, na Cisjordânia, morreu na explosão acidental de uma bomba que ele pretendia detonar em uma sinagoga.
O ato, ocorrido em 18 de agosto, foi reivindicado pelos grupos fundamentalistas Hamas e Jihad Islâmica, que comandam a Faixa de Gaza, palco de uma guerra que já deixou mais de 40 mil mortos desde 7 de outubro do ano passado.
"O Irã trabalha para estabelecer uma frente oriental do terrorismo contra Israel, segundo o modelo de Gaza e do Líbano, financiando e armando terroristas e contrabandeando armas sofisticadas na Cisjordânia", disse no X o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz.
De acordo com a agência de notícias palestina Wafa, as IDF instituíram um toque de recolher em Jenin, uma das cidades mais importantes da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, e realizam invasões a residências e interrogatórios contra moradores.
Além disso, o Exército israelense ordenou a evacuação do campo de refugiados de Nur Shams, a leste de Tulkarm.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, interrompeu uma visita oficial à Arábia Saudita e voltou para o território.
Já o Hamas cobrou que as forças de segurança leais à ANP se levantem contra Israel e afirmou que a operação na Cisjordânia faz parte de um "plano mais amplo para expandir a guerra em Gaza".
Por sua vez, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse que a ação militar israelense "viola o direito internacional e arrisca inflamar ainda mais uma situação já explosiva".
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