Embora ainda não haja um conflito aberto, a situação no Líbano é considerada "tensa" e "instável".
A avaliação é do general italiano Enrico Fontana, comandante do Setor Oeste da missão da ONU em solo libanês (Unifil), e foi relatada à Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado da Itália nesta quarta-feira (8).
"Embora o confronto ainda não tenha se transformado em um conflito aberto em campo, a situação permanece tensa e altamente instável, exacerbada pela propaganda de ambas as partes, por eventos exógenos como os que afetaram a Síria, o Iêmen e o Irã, e por uma crise socioeconômica que deixou o país de joelhos independentemente do conflito em curso", disse Fontana.
"A isso se soma o drama dos deslocados das zonas de fronteira, que totalizam 90 mil pessoas, refugiadas mais ao norte e administradas pela disponibilidade dos libaneses mais ricos e por organizações governamentais e não governamentais que atuam no território. Neste contexto a Unifil atua com cerca de 4 mil mantenedores da paz", acrescentou.
"A sociedade libanesa considera o vizinho israelense como inimigo. Há um grande ressentimento, não há disposição para o diálogo, conforme percebemos ao conversar com as pessoas. Elas dizem 'nós estamos certos, eles tomaram nossas terras'", relatou.
O general fez, no entanto, uma ressalva sobre esperança: "Há, no entanto, muita esperança nas gerações futuras, mas se forem criadas no ódio e na vingança, podem não fazer melhor do que aqueles que as precederam. A sociedade, além disso, também poderia servir de exemplo de convivência entre religiões e tolerância".
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