O governo da Itália cobrou nesta segunda-feira (29) que a Rússia revogue a decisão de estatizar temporariamente a gestão da subsidiária local de uma empresa italiana de aquecedores, a Ariston.
O embaixador de Moscou em Roma, Alexei Paramonov, compareceu na sede do Ministério das Relações Exteriores para prestar esclarecimentos sobre a medida, anunciada na última sexta-feira (26).
Durante a reunião, o secretário-geral da pasta, Riccardo Guariglia, "expressou o forte descontentamento do governo italiano" e pediu que a Rússia "retire as medidas adotadas contra legítimas atividades econômicas de empresas estrangeiras no país".
Além disso, a Itália afirmou que a ação contra a Ariston "não encontra fundamentação no direito, ainda mais levando em conta que a empresa tem um enraizamento histórico no país e não tem qualquer ligação com a atual crise internacional".
A operação russa da Ariston foi transferida temporariamente para a Gazprom Household Systems, subsidiária da gigante estatal de gás Gazprom, bem como a filial russa da alemã BSH Hausgerate.
Segundo a embaixada russa, Paramonov deu "explicações exaustivas sobre a legalidade das decisões tomadas" e culpou a Itália pela "deterioração" das relações entre os dois países.
"Essas iniciativas foram adotadas em resposta a ações hostis e contrárias ao direito internacional tomadas por Estados estrangeiros voltadas a privar ilegalmente a Rússia do direito de propriedade", diz uma nota da sede diplomática, em referência às sanções ocidentais por conta da invasão à Ucrânia.
"Não se pode deixar de considerar que a retórica e o tom cada vez mais agressivos dos líderes ocidentais só podem ser interpretados como uma intenção deliberada de ameaçar continuamente a segurança da Federação Russa", acrescentou a embaixada. (ANSA)
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