(ANSA) - Ao menos 21 pessoas morreram e 150 ficaram feridas em um novo massacre de civis à espera de ajuda humanitária na noite da última quinta-feira (14) pelo Exército de Israel, informou o Ministério da Saúde do enclave palestino, controlado pelo grupo fundamentalista Hamas.
Segundo a emissora árabe Al-Jazeera, fontes locais citadas pela agência palestina Wafa relataram que bombardeios aéreos e disparos de artilharia atingiram uma multidão de cidadãos que aguardavam por alimentos e ajuda perto da rotatória do Kuwait, na principal cidade da Faixa.
Um porta-voz militar de Israel, por sua vez, acusou o próprio Hamas de abrir fogo contra os civis. "Palestinos armados abriram fogo enquanto civis em Gaza aguardavam a chegada do comboio de ajuda", afirmou.
De acordo com o soldado israelense, "os palestinos armados continuaram a disparar quando a multidão de residentes começou a saquear os caminhões" que entraram na Faixa.
Mais tarde, um porta-voz militar israelense divulgou imagens que mostram homens armados palestinos atirando contra uma multidão de habitantes da Faixa de Gaza, no bairro de Zeitun, "uma hora antes da entrada de um comboio humanitário".
Com estas imagens, Israel pretende refutar as acusações do Hamas sobre a responsabilidade israelense no novo massacre em que morreram várias pessoas.
“Reiteramos que nenhum membro das forças armadas israelenses abriu fogo contra o comboio humanitário na Praça Kuwait”, acrescentou o porta-voz militar, enfatizando que o incidente não enfraquecerá a sua determinação em distribuir ajuda.
Um episódio semelhante já havia sido registrado há dois dias, resultando em seis mortos e 83 feridos. De acordo com boletim do Hamas, pelo menos 31,5 mil pessoas já morreram e cerca de 73.135 ficaram feridas no enclave palestino desde o último dia 7 de outubro.
Hoje, inclusive, autoridades revelaram que o Hamas apresentou aos mediadores da guerra uma proposta de cessar-fogo em Gaza que prevê a libertação de mulheres, crianças, idosos e doentes israelenses mantidos como reféns em troca da libertação de 700 a mil prisioneiros palestinos. A informação foi divulgada pela agência Reuters.
Itália
Paralelamente, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, conversou com seus homólogos israelense, Israel Katz, e com o palestino, Riad Maliki.
"Hoje apresentei aos meus colegas israelenses e palestinos a iniciativa 'Comida para Gaza' que a Itália lançou juntamente com a FAO, PAM e a Federação Internacional da Cruz Vermelha-Crescente Vermelho com o objetivo de aliviar o sofrimento da população civil na Faixa de Gaza, unindo forças para lidar com a gravíssima situação humanitária", afirmou o chanceler italiano.
Em nota, a Farnesina destacou que o "governo italiano pretende dar a mais alta prioridade a esta iniciativa" e falará sobre o assunto na próxima segunda-feira (18) durante Conselho das Relações Exteriores em Bruxelas e depois envolverá os aliados do G7.
"Unir forças para ajudar os civis não é um slogan, mas uma obrigação moral, devemos agir rapidamente", acrescentou.
A iniciativa italiana visa criar um sistema com as principais organizações ativas no terreno, com atores nacionais e internacionais através de uma mesa técnica e é focada nas principais necessidades da população civil: alimentação, cuidados de saúde, proteção.
Na conversa com Katz, Tajani destacou que "o governo considera uma pausa nas hostilidades essencial para alcançar um cessar-fogo em Gaza.
"Condenamos firmemente o terrorismo do Hamas e apoiamos o direito de Israel de se defender", enfatizou ele, lembrando que "a população civil seja protegida".
Já com Maliki, Tajani afirmou que "o sofrimento da população civil em Gaza é inaceitável" e explicou que "com as nossas operações de evacuação permitimos que dezenas de menores palestinos fossem tratados nos melhores hospitais de Itália" para aliviar o sofrimento.
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